19/Ago/2019
O dólar registrou a quinta semana consecutiva de valorização no Brasil, influenciado pelo aumento do temor de piora da economia mundial e, nos últimos dias, pela crise na Argentina. A moeda norte-americana acumulou alta de 1,59% no Brasil e de 20% na Argentina, em uma semana que notícias boas da economia doméstica foram ofuscadas pelos eventos externos. O dólar à vista fechou a sexta-feira em R$ 4,0031, com alta de 0,33%. Mesmo com o estresse dos últimos dias, que levou o dólar para o nível de R$ 4,00 pela primeira vez desde maio, a volatilidade e o nervosismo devem prosseguir, mantendo o câmbio pressionado aqui e em outros emergentes.
A situação na Argentina não deve melhorar no curto prazo, na medida em que o mercado não mais acredita nas chances de vitória do atual presidente, Mauricio Macri. No cenário externo, não se espera um desfecho rápido para o impasse comercial entre a China e os Estados Unidos. Permanece a cautela com moedas de emergentes. Os ativos de risco tiveram um choque de realidade e aumentou a percepção de que a política monetária sozinha não vai conseguir reverter a piora da economia mundial. Em meio ao conturbado momento no mercado financeiro internacional, essa semana terá dois eventos que podem afetar as cotações do dólar.
A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que sai na próxima quarta-feira (21/08), e o simpósio anual do Fed em Jackson Hole, no Wyoming, e que deve reunir alguns dos principais banqueiros centrais do planeta, entre os próximos dias 22 a 24. No dia 21/08, o Banco Central do Brasil começa sua nova estratégia de atuação no câmbio, com três instrumentos, venda de dólares das reservas, swap cambial (venda de dólar no mercado futuro) e swap cambial reverso (compra de dólar no mercado futuro). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.