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22/Ago/2019

Alta do dólar faz BC vender reservas internacionais

O dólar fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta quarta-feira (21/08), o que não acontecia há um mês, diante do dia favorável a ativos de risco no exterior e depois de o Banco Central ter feito venda direta de moeda no mercado à vista pela primeira vez em dez anos. O dólar negociado no mercado spot caiu 0,50%, a R$ 4,0314. Na véspera, a cotação havia recuado 0,40%. Desde os dias 17 e 18 de julho o dólar não engatava duas baixas consecutivas. O Banco Central (BC) começou a leiloar os dólares das reservas internacionais para segurar o câmbio. A autoridade monetária vendeu US$ 200 milhões à vista durante a manhã desta quarta-feira. Esse tipo de operação não ocorria desde fevereiro de 2009, ainda no auge da crise econômica global provocada pela quebra dos subprimes no mercado imobiliário dos Estados Unidos. A nova estratégia de intervenção no câmbio foi anunciada no último dia 14. O BC pretende vender até US$ 3,845 bilhões até o dia 29.

Na semana passada, o Banco Central tinha anunciado que estaria disposto a vender até US$ 550 milhões por dia. A demanda, portanto, ficou abaixo do esperado. Além da venda em dinheiro, o BC negociou nesta quarta-feira 4 mil contratos de swap cambial reverso, que funcionam como compra de dólares no mercado futuro. A oferta total era de até 11 mil papeis. Um dos principais instrumentos do país contra os choques externos na economia, as reservas internacionais estão atualmente em US$ 388 bilhões. Caso os US$ 3,845 bilhões sejam totalmente vendidos, a operação consumirá pouco menos de 1% das reservas externas. Os compradores comuns não podem adquirir dólares das reservas internacionais. Esse tipo de operação está restrita aos dealers – grandes bancos e corretoras autorizados pelo BC para atender à demanda de dólares por grandes empresas e outras instituições financeiras. Até agora, em momentos de alta da moeda norte-americana, a autoridade monetária leiloava contratos de swap cambial tradicional, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Feitas em Reais, essas operações não afetam as reservas internacionais, mas têm impacto na posição cambial do BC e aumentam os juros da dívida pública. Agora, o BC atuará de maneira diferente. Venderá até US$ 550 milhões por dia no mercado à vista e, ao mesmo tempo, comprará o mesmo valor em contratos de swap cambial reverso, que funcionam como compra de dólares no mercado futuro. Caso a demanda por dólares à vista fique abaixo desse valor, a autoridade monetária completará a operação com contratos de swap tradicional. Ao justificar a medida, o BC explicou que os swaps cambiais tradicionais são demandados por investidores que querem se proteger da volatilidade no câmbio, mas que uma parte do mercado está demandando dólares à vista por causa da situação econômica. O novo sistema de intervenção surtiu efeito no primeiro dia. Fontes: Agência Brasil e Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.