14/Out/2019
Entre 1 de janeiro e 30 de setembro, o volume acumulado de desmatamento na Amazônia chega a 7.853 Km², 93% acima do verificado nos primeiros nove meses de 2018, quando a devastação da floresta atingiu 4.075 Km². Só nos 30 dias de setembro, os índices de desmatamento na região amazônica cresceram 96% ante setembro de 2018. Foram 1.447 Km² de desmatamento, contra 739,46 km² do mesmo intervalo de 2018. Em setembro de 2017, o volume chegou a 691 Km². O Pará continua a liderar a derrubada das florestas. Dos 1.447 Km² devastados em setembro, 497 Km² se concentraram no Pará. Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que serve para orientar ações de fiscalização contra o desmatamento. Para evitar distorções, os números citados consideram apenas as três categorias de corte de vegetação que o próprio governo identifica como desmatamento efetivo: desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação e mineração.
As informações do Deter se baseiam em alertas de desmatamento, dados que são consolidados anualmente pelo governo, por meio do sistema Prodes. Nos últimos dias, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a comemorar os índices do Inpe, que mostravam queda de desmatamento de setembro em relação a agosto. O monitoramento do desmate motivou crise no governo após o presidente Jair Bolsonaro chamar de mentirosos os dados divulgados pelo Inpe. Os questionamentos levaram à exoneração do ex-diretor do instituto Ricardo Galvão, no começo de agosto. A demissão motivou críticas de cientistas do Brasil e do exterior ao governo. O ministro Ricardo Salles tem dito que pretende usar um sistema privado desde o começo do ano. Em julho, ele usou imagens da tecnologia privada para contrapor captações feitas pelo Deter (sistema de alertas de desmate do Inpe) e exibir o que seriam imprecisões nas medições.
O sistema Planet é o mesmo que começa a rodar no Estado de Mato Grosso e já foi testado no Pará. De qualquer maneira, o ministro do Meio Ambiente mudou o tom em relação aos dados apurados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre os índices alarmantes do desmatamento na região amazônica. Questionado sobre os dados mais recentes do instituto, que apontam um crescimento de 93% no volume de desmatamento neste ano em relação ao ano passado, o ministro evitou colocar as informações técnicas em dúvida, como ocorreu nos últimos meses. Segundo ele, está claro que existe um problema real que precisa ser resolvido. Independentemente do percentual, é preciso avançar nas políticas de combate ao desmatamento ilegal. Isso passa pela questão de fiscalização e monitoramento. Na semana passada, Ricardo Salles usou as redes sociais para comemorar a queda no número de focos de incêndio na Amazônia, utilizando dados do Inpe. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.