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10/Dez/2019

Brasil tem recorde na exportação agrícola em 2019

Em 2019, as exportações, puxadas pelo milho, algodão e carne, devem atingir 200 milhões de toneladas, alta de mais de 5% ante 2018. Em dez anos, o aumento supera os 70%. A cada ano, o agronegócio se consolida como um dos pilares da economia brasileira. Apoiado em pesquisa e tecnologia, o setor tem elevado de forma consistente sua produtividade e ganhado mercado mundo afora, o que não ocorre com outros segmentos. Na safra 2008/2009, a produção foi de 135 milhões de toneladas de grãos, para uma área plantada de 42,79 milhões de hectares. Na safra 2018/2019, a área plantada subiu 16,3%, para 49,7 milhões de hectares, enquanto a produção teve salto maior, de 78%, para mais de 240 milhões de toneladas. Da porteira para dentro (ou seja, sem considerar a logística, ainda um gargalo no País), a agricultura avança pela combinação de fatores que vão do uso intenso de tecnologia, de manejo e melhoria genética ao controle de pragas.

Além disso, o Brasil ainda conta com fenômeno que não ocorre em países do Hemisfério Norte, que é ter mais de uma safra por ano, por causa do clima favorável. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a perspectiva para 2020 também é positiva. A produção recorde de grãos deste ano, acima de 240 milhões de toneladas, deve subir mais em 2020. A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de alta de 6,4%. O Brasil é o terceiro maior produtor agrícola mundial, atrás de União Europeia e Estados Unidos e à frente da China. Curiosamente, esse bom desempenho do agronegócio em 2019 vem a despeito do que ocorre com a soja, principal produto agrícola nacional e carro-chefe das exportações. O grão teve vendas e preços prejudicados pelos atritos comerciais entre Estados Unidos e China.

O volume total embarcado foi maior por causa das vendas de carnes, milho, algodão, etanol, café e frutas, mas os produtos do complexo soja e o açúcar tiveram seus embarques reduzidos em 2019. A exportação de soja foi 12% menor. Essa queda na venda e no preço faz com que, em receita, as exportações fiquem menores em relação a 2018, um recuo de US$ 101 bilhões para US$ 96 bilhões. Mesmo assim, a soja segue como principal item das exportações brasileiras, devendo atingir receita de US$ 32,2 bilhões. Neste ano, o milho foi o produto com maior alta na exportação em valor (123%) e em volume (130%). A produção, superior a 100 milhões de toneladas, e a quebra na safra norte-americana favoreceram a venda. O País é o terceiro maior produtor de milho e o segundo maior exportador. Em volume, o algodão (86% de aumento) e o café (11,3%) também foram destaque. A alta na venda de carne bovina de 10% e de frango in natura de 9% também foram decisivas.

A valorização das carnes foi importante para melhorar o desempenho do agronegócio em 2019. Uma das causas do desempenho é a demanda maior provocada pela peste suína africana (PSA) em países asiáticos desde setembro de 2018. A exportação de bovinos aumentou 9,3%, e o preço do boi atingiu patamares históricos. Em 27 de novembro chegou a R$ 231,00 por arroba, nível nunca antes alcançado. Como efeito, houve impacto no varejo. Sem a pressão da carne, o IPCA de novembro, que registrou alta de 0,51%, teria ficado em 0,30%. Na carne suína, a situação é semelhante. A suinocultura vive momento de euforia, com o preço do suíno vivo em torno de R$ 6,00 por Kg, custo de R$ 4,40 por Kg e margem de lucro líquida de até 20%. O momento é de recuperação, após anos difíceis. Há um ano, o suíno vivo era negociado a R$ 4,15 por Kg. O milho estava em R$ 31,00 por saca de 60 Kg e hoje está em R$ 45,00 por saca de 60 Kg. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.