16/Dez/2019
Estados Unidos e China anunciaram ter chegado a um acordo que promete distensionar a guerra comercial travada entre as duas potências desde o início de 2018. Pelos termos anunciados, o governo dos Estados Unidos concordou em reduzir parte das tarifas impostas a produtos chineses e a China se comprometeu com a compra de produção agrícola norte-americana. O anúncio - feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Twitter, e pelo governo chinês - animou o mercado financeiro, mas ainda é visto com cautela. As tarifas de 25% impostas a US$ 250 bilhões em produtos da China continuarão em vigor, mas os Estados Unidos reduzirão de 15% para 7,5% a sobretaxa a US$ 110 bilhões de importações do país asiático, imposta em setembro.
Os Estados Unidos também cancelaram uma nova leva de tarifas que entraria em vigor no domingo passado e afetaria US$ 156 bilhões em produtos chineses. O presidente norte-americano comemorou como uma vitória o acordo e disse que a China vai comprar o equivalente a US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos Estados Unidos, mas a China não detalhou valores até o momento. Trump disse que as tratativas para a “fase 2” do acordo comercial com a China começarão imediatamente e que a “fase 1” é “um acordo fenomenal”. A menos de um ano da disputa presidencial de 2020, Trump tem sido pressionado pelos agricultores do Meio Oeste, que sofreram com a retaliação chinesa às tarifas impostas pelos Estados Unidos.
O valor de produtos agrícolas exportados para a China caiu de US$ 19,5 bilhões, em 2017, para US$ 9,2 bilhões em 2018. O Brasil tem substituído os Estados Unidos na exportação de soja para a China. Em contrapartida, os produtores norte-americanos tiveram de aumentar o estoque do grão desde a entrada em vigor da primeira leva de tarifas. O impacto do acordo comercial para as exportações brasileiras dependerá de quanto os chineses comprarem dos americanos. O texto elaborado da chamada “fase 1” do acordo ainda precisa ser revisto pelos dois países antes de ser assinado e divulgado.
O grau de satisfação vai depender dos valores envolvidos em comércio. Os agricultores veem com incerteza os anúncios de Trump. Em setembro, o presidente chegou a anunciar que havia concluído a “fase 1”, mas pouco depois sugeriu que a disputa de tarifas poderia se estender para depois da eleição de novembro de 2020. A informação inicial é muito positiva, mas isso já foi anunciado anteriormente, algumas vezes, e posteriormente desmentido e os produtores norte-americanos querem aguardar a confirmação de tudo, segundo a União Nacional dos Fazendeiros. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.