16/Jun/2020
Os produtores brasileiros buscaram mais financiamento de bancos privados a juros livres nos cinco primeiros meses do ano. Segundo o Bradesco, a Selic caiu muito e hoje a pequena diferença entre as taxas de linhas oficiais e de mercado é menos relevante para o agricultor. Além disso, operações com bancos privados têm processo mais simples de contratação. Os desembolsos de Bradesco, Santander e Banco do Brasil no período cresceram 27%, 35% e 23,7%, respectivamente, em comparação com o mesmo período de 2019. Nos bancos privados, houve maior demanda por empréstimos com recursos livres (dinheiro do próprio banco com juros sem subsídio). Há um ano, o crédito de custeio subsidiado e o livre tinham o mesmo peso na carteira do agro, enquanto agora os empréstimos a juros livres já são mais da metade do total.
No Santander, cerca de 70% da carteira se refere a linhas com taxas de mercado. A maior demanda por dinheiro se deve aos planos de expansão da produção na próxima safra e à alta do dólar, que obriga produtores a gastarem mais em real com a mesma quantidade de insumos agrícolas. De janeiro a maio, o Bradesco desembolsou mais de R$ 3,5 bilhões e contava com carteira de R$ 30 bilhões; Santander, R$ 6 bilhões e R$ 22 bilhões, respectivamente; Banco do Brasil, R$ 30,5 bilhões e R$ 186,2 bilhões. Apesar de o volume contratado para custeio no Pronamp (para médios produtores) ter aumentado 34% de julho de 2019 a abril de 2020, sobrou dinheiro da linha nos bancos. Do total dos depósitos à vista destinados ao programa, havia cerca de R$ 1 bilhão sem uso em abril, segundo o Banco Central.
Com a Selic baixa, para muitos produtores a burocracia em relação à taxa (do Pronamp) não compensa. Na quarta-feira (17/06), o governo divulga qual será a oferta de crédito a juros subsidiados no Plano Safra 2020/2021. A grande cobrança do setor é por juros mais baixos. O Bradesco espera corte de 1% a 1,5% no teto de todas as taxas do Plano, de custeio a investimento. Pode haver aumento do montante para investimento e redução para custeio. Além de os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimento terem acabado antes do fim da safra e de a demanda continuar firme, o juro de longo prazo, referência para essas linhas, está subindo, o que reforça a necessidade de crédito subsidiado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.