25/Jun/2020

Devido aos efeitos muito fortes na saúde pública e na demanda agregada causados pela pandemia do coronavírus no planeta no primeiro semestre deste ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a economia mundial em 2020 deve registrar uma queda de 4,9%, maior que a retração prevista anteriormente, de 3%, segundo o documento Perspectiva Econômica Mundial. Para 2021, o FMI aponta na atualização das estimativas uma recuperação global um pouco mais lenta do que há dois meses, ao prever um crescimento de 5,4%, inferior aos 5,8% estimados anteriormente. O quadro mais complexo de retomada do nível de atividade no curto prazo por causa da doença levará as economias avançadas a registrar uma redução do PIB de 8% neste ano, mais acentuada que a retração de 6,1% estimada em abril. Em relação a 2021, este grupo de países deve registrar um crescimento de 4,8%, acima dos 4,5% previstos há dois meses.

No caso dos mercados emergentes, a estimativa é de uma queda do PIB de 3% em 2020, mais alta que a contração de 1,0% prevista em abril, motivada sobretudo pelos impactos graves ao consumo e produção causados pela rápida disseminação da Covid-19 em diversos países em desenvolvimento. A previsão de expansão para 2021 para esta categoria de nações também ficou menor, passando de 6,6% para 5,9%. Pela primeira vez, todas as regiões do mundo devem registrar projeção de retração. Em relação aos Estados Unidos, a previsão para o PIB de 2020 agora é de uma queda de 8,0%, uma retração mais grave que os -5,9% estimados em abril. Em relação a 2021, a projeção baixou de uma alta de 4,7% para 4,5%. A recessão global levará o comércio internacional medido em volumes a uma contração de 11,9% neste ano, queda mais intensa do que os 11% estimados em abril.

Para 2021, a estimativa de expansão do indicador baixou de 8,4% para 8%. A China será um dos poucos países que apresentarão expansão do PIB neste ano, de +1,0%, marca pouco inferior à previsão de 1,2% realizada recentemente. Para 2021, a estimativa de crescimento do país asiático baixou de uma alta de 9,2% para 8,2%. A zona do euro registrará uma contração ainda mais acentuada neste ano, cuja projeção passou de -7,5% para -10,2%. Para 2021, ocorreu uma alta da estimativa de crescimento, de 4,7% para 6,0% na região. A Alemanha deverá apresentar um PIB de -7,8%, enquanto a contração será ainda maior em outros países da região: França (-12,5%), Itália (-12,8%) e Espanha (-12,8%). Para o Japão, a previsão para o PIB para este ano variou de -5,2% para -5,8%. Em relação a 2021, a projeção de crescimento do país oriental recuou de 3,0% para 2,4%.

O FMI desenvolveu dois cenários alternativos para as projeções econômicas mundiais considerando a piora ou melhora das condições internacionais relativas à pandemia do coronavírus. No cenário mais negativo, que leva em conta o surgimento de um novo surto global de Covid-19 no começo de 2021, ocorreria uma retração de 4,9% na projeção para o PIB global no próximo ano, o que levaria a expansão mundial a baixar de 5,4% para 0,5%. No cenário positivo, que contempla uma recuperação mundial mais rápida no segundo semestre de 2020, depois de medidas de fechamento de economias na primeira metade deste ano, já seria registrada uma melhora do PIB global neste ano, em 0,5%, o que levaria o indicador a uma queda de 4,4%. Para 2021, haveria uma elevação do Produto Interno Bruto mundial em 3%, passando de uma alta de 5,4% para 8,4%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.