29/Jul/2020
Representantes de 71 empresas, reunidas no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), afirmaram ter saído satisfeitos do encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, nesta terça-feira (28/07). A pauta de reivindicações é a mesma apresentada ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, no início do mês. Mas, dessa vez, contou com a assinatura de mais 33 empresas, inclusive do setor financeiro. A reunião faz parte de uma série que está sendo realizada com os poderes executivo, legislativo e judiciário, na tentativa de as empresas influenciarem o atual debate sobre o meio ambiente e de melhorar a imagem do Brasil no comércio internacional. Os empresários têm preocupação especial que o desmate ilegal da Amazônia e outras práticas irregulares causem prejuízos no desenvolvimento dos seus negócios.
Após Mourão e Maia, o grupo deve conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com o procurador-geral da República, Augusto Aras. Também devem entrar nessa agenda os governadores, principalmente os da região amazônica. Com essas reuniões, tem sido criado um canal de comunicação com os três poderes. Hoje, há uma articulação melhor entre o setor privado e a Câmara. O grupo defende a transparência e quer mostrar o que é realizado dentro da segurança jurídica. A preocupação com o desmatamento ilegal e os esforços do agronegócio e outros setores da economia para fazer o rastreamento da cadeia de suprimentos foram temas discutidos em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Existe o desmatamento ilegal associado às áreas públicas, não destinadas, associado à grilagem e à invasão. Parte disso, evidentemente, está relacionada com a questão da regularização fundiária. Esse desmatamento também requer um modelo de comando e controle forte e enérgico. Para as cadeias exportadoras, há uma preocupação muito grande também com o desmatamento que não segue o rito legal nas propriedades privadas. Há vários estudos mostrando que isso é uma percentagem muito pequena do total de produtores, de propriedades privadas, mas esse número coloca em xeque a credibilidade da nossa legislação e, evidentemente, coloca em xeque o produto brasileiro. Para o consumidor externo fica a imagem de que o produto agropecuário brasileiro pode carregar em si o desmatamento que não cumpre o rito legal.
Recente estudo publicado na revista Science apontou que 20% da soja e 17% da carne exportadas para a Europa estariam potencialmente contaminados por desmatamento ilegal. Isso é um ponto de preocupação muito grande. Foi falado também sobre a questão da rastreabilidade, porque as cadeias exportadoras foram se organizando para poder fazer esse controle dada a presença do desmatamento ilegal em propriedades privadas. Embora muito pequeno, ele existe e tem que ser controlado. Destacou-se o trabalho das cadeias de soja e carne bovina no controle e identificação das propriedades com desmatamento ilegal, apresentando ao presidente da Câmara os sistemas de rastreamento montados para ter clareza de como está a cadeia de suprimento e garantir que o produto exportado foi produzido cumprindo toda a legislação brasileira. O grupo insistiu muito na necessidade de combate a esse desmatamento ilegal que afeta diretamente os produtos que são exportados pelo Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.