21/Jan/2021
O dólar terminou em baixa nesta quarta-feira (20/01), com o Real surfando nos ganhos de moedas emergentes e outros ativos de risco, uma vez que a posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos direciona o mercado para expectativas de mais estímulos. O dólar à vista caiu 0,66%, para R$ 5,3108. A divisa norte-americana cedia contra a maioria de seus pares, com destaque positivo para moedas emergentes, como peso chileno (+2%), lira turca (+0,8%) e peso colombiano (+0,7%). O democrata Joe Biden tomou posse como presidente dos EUA nesta quarta-feira, prometendo acabar com a "guerra incivil" em um país com profundas divisões políticas, economia abalada e uma pandemia de coronavírus que matou mais de 400 mil norte-americanos. Há expectativa de que Biden apresente ao Congresso, ainda nos primeiros dias de governo, sua proposta para um pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão. Mais estímulos significam mais liquidez que pode migrar para mercados de maior risco, como o Brasil, estimulando entrada de dólares e potencialmente baixando o preço da moeda.
Conforme pesquisa do Bank of America, o Real é a maior aposta entre as moedas da América Latina que terão desempenho superior nos próximos seis meses. De acordo com a sondagem, a deterioração fiscal é o principal risco citado em relação ao Brasil, concentrando 72% das respostas. O mercado segue às voltas com temores de criação de novas despesas, uma vez que a percepção de que a imunização contra a Covid-19 no Brasil será lenta e sujeita a reveses eleva receios quanto à força da recuperação da economia – o que poderia aumentar pressões por mais gastos fiscais. A equipe econômica vai ter muito trabalho para não deixar explodir a panela de pressão das demandas por mais auxílio emergencial. A popularidade do presidente da República em queda em meio ao crescimento exponencial da Covid-19, vacinação lenta e desemprego alto criam ambiente político difícil para a ala fiscalista. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.