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03/Mai/2019

Tendência é de estabilidade dos preços do algodão

Por mais um mês, a cotação interna do algodão em pluma apresentou apenas pequenas oscilações ao longo de abril. Esse cenário se deve à disparidade entre os preços e a qualidade da pluma disponibilizada no mercado. Vale lembrar que os valores têm ficado entre R$ 2,91 e R$ 2,95 por libra-peso desde meados de janeiro. Assim, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve alta de 0,12% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,92 por libra-peso. No acumulado de abril, o Indicador registra queda de 0,3%. A média de abril, de R$ 2,92 por libra-peso, está somente 0,12% superior à média de março/2019, mas 14,21% abaixo da de abril/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de março/2019). Parte das indústrias trabalha com a matéria-prima estocada e/ou de programações realizadas anteriormente, enquanto outros demandantes adquirem a pluma a valores inferiores aos pedidos por vendedores.

Apenas compradores em busca de pluma de qualidade que acabam pagando valores maiores. Os compradores procuram lotes para cumprir com compromissos realizados anteriormente e na tentativa de efetivar negócios “casados” no spot. Entretanto, o elevado volume de lotes de qualidade mista dificulta os fechamentos. Os produtores, por sua vez, estão atentos ao desenvolvimento da cultura da próxima temporada. Ressalta-se que, mesmo que em pouco volume, alguns lotes de São Paulo já estão chegando no spot. Em abril, a comercialização para entrega futura esteve aquecida, com tradings ativas, e negócios envolvendo a pluma das safras 2018/2019 e, especialmente, 2019/2020, direcionados aos mercados interno e externo, a preços fixos (Real ou em dólar) e/ou a fixar (Indicador ou Bolsa de Nova York). Quanto à safra 2017/2018, algumas indústrias ainda buscam alguns lotes para entrega nos próximos meses e outros para exportação.

Após seis meses consecutivos com o preço interno acima da paridade de exportação, em abril, a média do Indicador está 0,4% inferior à da paridade. A média de abril/2019 do Indicador com pagamento à vista em dólar foi de 74,64 centavos de dólar por libra-peso, 14,4% inferior à média do Índice Cotlook A e 3,45% abaixo da média do primeiro vencimento da Bolsa de Nova York (77,31 centavos de dólar por libra-peso). De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), 71,4% da safra brasileira 2017/2018, estimada em 2,005 milhões de toneladas, teria sido comercializada até o dia 30 de abril. Deste total, 57,7% foram direcionados ao mercado interno, 31,6%, ao externo e 10,7%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para a próxima temporada, dados indicam que ao menos 27,8% da produção de 2018/2019 (projetada em 2,647 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab) foi comercializada no mesmo período, sendo 42,9% ao mercado doméstico, 35,8%, para exportação e 21,3%, para contratos flex.

Dados captados em abril/2019 indicam que as negociações para embarque ao mercado externo no segundo semestre de 2019 (do produto a ser colhido na temporada 2018/2019) tiveram média de 77,02 centavos de dólar por libra-peso, ficando 0,61% acima do registrado em março/2019 (76,56 centavos de dólar por libra-peso). Para exportação envolvendo a pluma da temporada 2019/2020, a média das informações captadas para o segundo semestre de 2020 é de 74,30 centavos de dólar por libra-peso no mesmo período, baixa de 4,16% frente à do mês anterior (77,53 centavos de dólar por libra-peso). Vale considerar que, para a comercialização no curto prazo, a média de 76,40 centavos de dólar por libra-peso está 0,6% menor que a de março/2019, ainda referente à pluma da temporada 2017/2018. Em abril, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), aumentou 2,35%, impulsionada pelas altas de 1,62% do Índice Cotlook A e de 0,66% do dólar frente ao Real.

Em abril, a média mensal da paridade de exportação foi de R$ 2,94 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. O dólar se valorizou 1,31% frente ao mês de março/2019 e 14,2% em relação a abril/2018. Em abril, os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foram influenciados, especialmente, pela variação do preço do petróleo e do dólar no mercado internacional. Entre os dias 29 de março e 29 de abril, o vencimento Maio/2019 se desvalorizou 1,91%, a 76,13 centavos de dólar por libra-peso, e Julho/2019, 1,74%, para 76,95 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos Outubro/2019 e Dezembro/2019 fecharam a 75,56 centavos de dólar por libra-peso e a 75,62 centavos de dólar por libra-peso, com respectivas altas de 0,47% e 0,24%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.