16/Mai/2019
A negociação de algodão no disponível avança pontualmente no mercado brasileiro. Os compradores aguardam quedas ainda maiores de preço devido aos recuos recentes dos futuros na Bolsa de Nova York e à proximidade da chegada da safra 2018/2019. O indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 2,87 por libra-peso. No mês, o recuo é chega a 2,63%. Em Mato Grosso, a negociação no disponível ocorre pontualmente. A indústria está na expectativa de que o preço recue um pouco mais. O Indicador ainda não refletiu na totalidade as quedas na Bolsa de Nova York. As fábricas estão retraídas. Embora a cotação não tenha recuado da maneira que os compradores esperavam, houve uma queda nos últimos sete dias, com os preços passando de entre R$ 2,85 e R$ 2,90 por libra-peso para entre R$ 2,65 e R$ 2,70 por libra-peso para pronta entrega. Entretanto, devido à queda dos futuros, tradings estariam mais agressivas no mercado interno, ofertando lotes entre R$ 2,75 e R$ 2,85 por libra-peso. Os compradores adquirem apenas o que é estritamente necessário.
Para as safras 2018/2019 e 2019/2020, há chance de negócios no intervalo de 100 pontos acima a 100 pontos abaixo dos contratos dezembro de 2019 e dezembro de 2020 da Bolsa de Nova York. Na negociação futura, o mercado está parado. Com o mercado cedendo na Bolsa de Nova York, os vendedores estão retraídos. A safra 2018/2019 da Bahia deve começar a ser colhida no fim de maio, mas o volume ofertado deve crescer só da segunda quinzena de junho em diante. A produção de Mato Grosso pode chegar com mais força ao mercado a partir da segunda quinzena de julho. No geral, as fábricas estão abastecidas até a safra nova. Na Bolsa de Nova York, o pessimismo sobre a guerra comercial vem pesando sobre os futuros de algodão. O mercado caiu muito forte a partir da ameaça do presidente Donald Trump de elevar as tarifas sobre produtos chineses, que posteriormente entrou em vigor.
Os contratos futuros de algodão fecharam majoritariamente em queda na Bolsa de Nova York nesta quarta-feira (15/05) O vencimento julho, mais líquido, recuou 41 pontos (0,41%) e fechou a 66,35 centavos de dólar por libra-peso. Depois de os Estados Unidos elevarem tarifas no dia 10 de maio, veio a retaliação da China no começo desta semana, e o algodão chegou a atingir limites de baixa com a dificuldade de avanço nas negociações. A China, maior consumidor de algodão, pode aumentar o consumo de sintéticos e recorrer à fibra de outros países, como já ocorreu no ano passado, quando comprou mais de Brasil, Austrália e Índia. O Brasil exportou mais de 400 mil toneladas no ano até 10 de maio, bem acima dos últimos anos, e deve continuar essa tendência de forte exportação até o fim do ano, com a entrada da próxima safra. A produção brasileira deve ser maior, com o aumento de área e a ausência de adversidades climáticas graves até o momento.
A guerra comercial também pode se refletir no desempenho da economia global, reduzindo o interesse pela fibra no mundo. O mercado enxerga uma desaceleração econômica não só na China, mas nos Estados Unidos e na Europa, grandes consumidores de têxteis acabados. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu em mais de 1 milhão de toneladas a projeção de consumo mundial no último relatório, divulgado no dia 10 de maio. Isso também vem sendo precificado. Por outro lado, a tendência é de uma produção maior nos Estados Unidos. O país registrou abandono muito alto na safra passada, agora o USDA está projetando aumento de quase 20% na safra norte-americana. Entretanto, que o plantio está atrasado devido à alta umidade. Da safra 2019/2020, 26% da área do algodão havia sido plantada até o dia 12 de maio, ante 32% na média dos cinco anos anteriores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.