04/Jul/2019
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) revisou para baixo as suas previsões para o desempenho do setor de têxteis e confecções em 2019 após um primeiro semestre fraco. A associação, que apontava produção 2,5% a 3% maior ante 2018, agora espera estabilidade. Para as vendas no varejo, a estimativa, que era de aumento de 3,5% a 4% ante o ano anterior, passou a ser de incremento de 1,5% a 2%. Mesmo esperando uma melhora no segundo semestre, a recuperação do setor deve vir só em 2020, caso a reforma da Previdência seja aprovada e a reforma tributária avance no Congresso. Por enquanto, a perspectiva de consumo interno de algodão está entre 650 mil a 660 mil toneladas neste ano. Contudo, se o segundo semestre for melhor, esse número pode chegar às 700 mil toneladas inicialmente esperadas. A expectativa no fim do ano passado era de um mercado em evolução e houve um desempenho satisfatório em janeiro e fevereiro.
Mas, a partir de março, os negócios começaram a perder força. O consumo precisa reagir no segundo semestre para que os indicadores do setor possam fechar o ano no positivo. Até agora, o setor registra queda de 2% a 2,5% na produção. A expectativa é de que um segundo semestre um pouco melhor possa, pelo menos, manter o desempenho registrado em 2018. O ano de 2019 está sendo muito difícil, pois são cinco a seis anos de crise. As vendas de têxteis e confecções no varejo acumulam queda de quase 1%. Com a aguardada aprovação da reforma da Previdência no Congresso, o setor prevê um cenário mais positivo internamente. A reforma da Previdência endereça uma solução de solvência fiscal a médio e longo prazo. Na sequência, a indústria espera reforma tributária, simplificação de normas, desburocratização e a Medida Provisória da liberdade econômica. Quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresce 1,7%, os setores têxtil e de confecção voltam a contratar.
Cada 1% de crescimento do setor têxtil potencializa ou pode ser gerador de aproximadamente 10 mil postos formais de trabalho, fora os empregos indiretos e os gerados pelo efeito de renda. Com relação ao consumo de algodão pela indústria brasileira, a perspectiva para o ano está mais próxima de 650 mil a 660 mil toneladas do que as 700 mil toneladas que chegaram a ser projetadas. A tendência no mundo é a mistura das fibras, e não o uso de determinado tipo de fibra isoladamente. Há necessidade de avançar nas pesquisas, porque o vestuário está embutindo muita tecnologia, e cada vez mais será preciso encontrar maneiras de fazer com que o algodão também possa absorver essas inovações que vão ao encontro do bem-estar das pessoas. A indústria têxtil brasileira vai processar 2 milhões de toneladas de matérias-primas neste ano, sendo 1/3 de algodão e o restante fibras sintéticas e artificiais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.