26/Set/2019
A negociação de algodão para pronta entrega avança pouco, mas os preços continuam firmes, sustentados pelo baixo volume ofertado de fibra de qualidade superior e pelo dólar ainda em patamares elevados ante o Real, embora tenha recuado nesta quarta-feira (25/09). O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 2,46 por libra-peso, alta de 1,07% ante o dia anterior. No mês, o Indicador está estável. Há pouca movimentação no spot, com disparidade entre comprador e vendedor. Os produtores estão focados em entregar contratos antecipados e o mercado está firme. Tem chegado algodão ao mercado, só que de baixa qualidade, com problema de micronaire ou algum tipo de característica. Além da restrição de oferta, o dólar no patamar acima de R$ 4,15 também oferece sustentação às cotações.
Em Mato Grosso, o ritmo de negócios segue fraco e a oferta é restrita. O algodão ofertado é de baixa qualidade. Tem muita diferença de preço entre um tipo de algodão e outro. Do lado do consumo, as indústrias seguem com estoque de fio alto. Não se percebe apetite maior das indústrias em adquirir o algodão. Esses agentes adquirem pontualmente. Os dados mais fortes de varejo já dão algum fôlego para fábricas, mas não há pressa em adquirir lotes. O panorama do mercado de algodão não dá nenhum tipo de real apetite para se programar para o futuro. A safra deve ser grande. As indústrias indicam entre R$ 2,30 e R$ 2,40 por libra-peso no disponível, enquanto os produtores indicam o Esalq. Para entrega de janeiro em diante, a indicação de compra é de R$ 2,45 por libra-peso ou mais, posto em São Paulo ou Santa Catarina, enquanto produtores indicam R$ 2,55 por libra-peso.
Os preços na Bolsa de Nova York e a demanda internacional continuam enfraquecidos. Há problemas com contratos que estão tendo entrega prorrogada ou não efetivada. Os importadores chineses tinham contratado algodão entre 80,00 e 90,00 centavos de dólar por libra-peso e a fibra hoje é ofertada em torno de 70,00 centavos de dólar por libra-peso. Entretanto, graças ao dólar forte, o valor interno do algodão com algum tipo de deságio está praticamente equiparado com a paridade de exportação. Para a safra 2019/2020, o mercado também é lento. Os preços em Nova York estão fracos e existe dúvida sobre a área do ano que vem. Com a definição da reforma da Previdência, os produtores terão uma ideia mais clara sobre o câmbio e ajustarão expectativas para a próxima safra. É preciso comprar insumos. Os produtores estão segurando o máximo possível para decidir, mas outubro é o deadline. Os compradores indicam entre 200 a 250 pontos acima do vencimento dezembro de 2020, mas por esse valor os vendedores não aceitam negociar.
Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira (25/09). O vencimento dezembro ganhou 5 pontos (0,08%) e fechou a 60,45 centavos de dólar por libra-peso. As cotações da pluma acompanharam o recuo do petróleo, que desfavorece a competitividade relativa da fibra natural ante a fibra sintética. Mas, os preços reduziram perdas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado que o acordo com a China poderá acontecer em breve. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 39% da safra de algodão apresentava condição boa ou excelente até o dia 22 de setembro, piora de 2% em relação à semana anterior. Além disso, 11% da safra tinha sido colhida, em linha com a média de cinco anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.