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02/Out/2019

Tendência é de preços sustentados para o algodão

Os preços do algodão em pluma oscilaram no correr de setembro, mas, no balanço, a média mensal ficou praticamente estável frente à de agosto. Esse movimento, vale lembrar, foi verificado após o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, cair por quatro meses consecutivos. A sustentação veio da firmeza de vendedores, que estiveram afastados do spot em boa parte de setembro, priorizando os embarques destinados à exportação e ao mercado doméstico. Essa postura esteve fundamentada nos patamares mais elevados dos preços internacionais, na maior paridade de exportação e na baixa disponibilidade de pluma de qualidade. No geral, esses produtores estiveram atentos à finalização da colheita da temporada 2018/2019 e ao beneficiamento, com muitos afirmando já ter a maior parte da produção comercializada. Do lado das indústrias, muitas utilizaram a matéria-prima estocada, enquanto outras trabalharam com a pluma recebida de contratos. Ainda assim, algumas unidades precisaram comprar pequenos volumes para entrega imediata, mesmo que envolvesse lotes heterogêneos ou apresentando alguma característica de micronaire, cor ou fibra.

Além disso, as empresas já buscaram garantir a pluma para o ano que vem, neste caso, envolvendo o produto da safra 2019/2020. Os comerciantes estiveram ativos tanto na compra de lotes para cumprir as programações como para vendas “casadas”. Tradings, por sua vez, fecharam contratos futuros envolvendo a pluma da safra 2019/2020. O volume de negócios para exportação, inclusive, foi maior frente ao de agosto, o que esteve atrelado ao dólar elevado e à alta dos contratos na Bolsa de Nova York. Nos últimos sete dias, Indicador registra alta de 1,28%, cotado a R$ 2,47 por libra-peso. No acumulado do mês de setembro (de 30 de agosto a 30 de setembro), houve pequena alta de 0,21%. A média de setembro, de R$ 2,45 por libra-peso, esteve 0,34% inferior à média de agosto/2019 e expressivos 24,77% abaixo da de setembro/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de agosto/2019). De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ao menos 42,1% da safra brasileira 2018/2019 (estimada em 2,691 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab) teria sido comercializada até o dia 30 de setembro.

Deste total, 43,7% foram direcionados ao mercado interno, 41%, ao externo e 15,2%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Em Mato Grosso, segundo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), informações divulgadas no dia 9 de setembro apontam que já teriam sido comercializadas 80,54% da produção do Estado, estimada em 1,846 milhão de toneladas. Nos registros da BBM são contabilizados negócios equivalentes a 33,1% da produção do Estado até o dia 30 de setembro. Em setembro, a média mensal da paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá, foi de R$ 2,53 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Em setembro, os contratos na Bolsa de Nova York acumularam alta, influenciados pela qualidade das lavouras norte-americanas, pelo avanço do petróleo no mercado internacional e pela expectativa otimista quanto às negociações entre os Estados Unidos e a China.

Entre 30 de agosto e 30 de setembro, o vencimento Outubro/2019 se valorizou 1,19%, a 59,75 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2019 subiu 3,4%, a 60,83 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 teve alta de 3,55%, para 61,55 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2020, de 3,6%, cotado a 62,45 centavos de dólar por libra-peso. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indicou, em relatório divulgado no dia 30 de setembro, que em 77% da área já houve abertura de maçãs, acima dos 66% do mesmo período de 2018, e que a colheita já atingiu 16%. Em relação à qualidade das lavouras, 40% estão em boas ou ótimas condições, apenas 2% inferiores ao ano anterior; 40%, em condições medianas, acima dos 33% observados em 2018, e 20%, ruins ou péssimas condições, contra 25% no mesmo período de 2018. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.