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09/Out/2019

Exportações de algodão estão aquecidas neste mês

O ritmo de embarque de algodão em pluma segue bastante aquecido neste começo de mês, tanto ao mercado externo quanto ao interno. Ao front internacional, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, nos primeiros quatro dias úteis de outubro, já foram embarcadas 69 mil toneladas de pluma. Apenas como comparação, em todo o mês de agosto deste ano, foram exportadas 42,1 mil toneladas. A média diária de embarques ao mercado externo na primeira semana de outubro esteve em 17,3 mil toneladas, 2,5 vezes acima das 6,8 mil toneladas de setembro/2019. Caso esse ritmo intenso permaneça até o final do mês, as exportações da pluma em outubro poderiam somar 397 mil toneladas, 74% acima do recorde, de 227,9 mil toneladas, observado em dezembro/2018. No spot brasileiro, apenas negócios envolvendo pequenos volumes têm sido realizados.

Neste caso, os lotes disponibilizados são heterogêneos, sendo que boa parte é remanescente, o que eleva a disparidade entre os valores de agentes e limita os fechamentos. Além disso, os vendedores estão com boa parte da produção da safra 2018/2019 comprometida. Os produtores, especialmente de Mato Grosso, estão atentos ao beneficiamento e à destruição de soqueiras do algodão para o vazio sanitário. Muitos também estão preocupados com a falta de chuva em algumas regiões de Mato Grosso, que tem influenciado na semeadura da soja. Tradings, por sua vez, indicam valores superiores no mercado interno para a pluma de melhor qualidade, tendo em vista as altas dos preços externos e do dólar. Nesse cenário, depois de acumular alta de 0,21% em setembro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 0,34% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,46 por libra-peso.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que foram embarcadas 142,4 mil toneladas da pluma em setembro, mais que o triplo do volume de agosto/2019 (de 42,1 mil toneladas) e 62,1% acima das 87,9 mil toneladas de setembro/2018. O faturamento em setembro foi de US$ 228,8 milhões, bem acima dos US$ 67 milhões de agosto/2019 e 49,7% maior que o de setembro/2018 (US$ 152,8 milhões). O preço médio em setembro foi de 72,89 centavos de dólar por libra-peso (ou de R$ 3,00 por libra-peso), ou seja, 22,3% superior ao das negociações no mercado interno, mas apenas 1% acima do mês anterior e 7,6% inferior ao de setembro/2018. As importações somaram 92 toneladas, elevação de 49,1% frente ao volume de agosto, mas baixa de 88,1% no comparativo com setembro/2018 (775,8 toneladas).

O preço médio de importação, de US$ 160,73 centavos de dólar por libra-peso em setembro, se elevou 2,6% se comparado ao do mês anterior e registrou expressiva alta de 94,1% sobre setembro/2018 (82,80 centavos de dólar por libra-peso). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,54 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos registram alta, impulsionados pelo bom desempenho das vendas externas dos Estados Unidos, pelos enfraquecimentos do dólar e do petróleo. Nos últimos sete dias, o vencimento Outubro/2019 registra alta de 1,67%, cotado a 60,75 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2019 tem avanço de 1,64%, a 61,83 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 apresenta valorização de 1,66%, para 62,57/ centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2020, alta de 1,57%, cotado a 63,43 centavos de dólar por libra-peso.

Relatório do Comitê Internacional do Algodão (Icac), divulgado no dia 1º de outubro, estima que a produção mundial 2019/2020, de 26,8 milhões de toneladas, ultrapasse levemente o consumo, previsto para atingir 26,5 milhões de toneladas, elevação de 1% frente à temporada anterior. Ainda quanto ao consumo, os países do leste asiático continuarão na liderança, mas o crescimento provavelmente será modesto. A China, por exemplo, deve seguir com a demanda estável na safra 2019/2020 em relação à anterior, em 8,25 milhões de toneladas. Por outro lado, outros importantes países consumidores devem registrar ganhos, como Índia, Bangladesh e Vietnã. No entanto, o crescimento geral está diminuindo e nenhum desses países terá aumento superior a 2%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.