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10/Out/2019

Preços do algodão estáveis e comercialização lenta

A comercialização de algodão tanto no spot como para entrega futura continua travada no mercado interno. Os produtores privilegiam o cumprimento de contratos fechados previamente e seguram a pluma de qualidade superior disponível. As fábricas fazem compras pontuais, de volume pouco expressivo, esperando para ver se o dólar vai recuar, o que pressionaria os preços internos em um cenário de safra recorde. A retração de oferta deve-se, principalmente, ao atraso no cumprimento dos negócios antigos para exportação, em virtude da demora da abertura das cartas de crédito no exterior. Esse atraso fez com que os produtores estejam focados em executar compromissos de venda e de trocas assumidos anteriormente. Além disso, o atual patamar de preços não motiva os agentes a realizar novos negócios, inclusive os para a safra 2020. Em Mato Grosso, fora a baixa disponibilidade de pluma, o pouco que tem disponível é de qualidade inferior e sem homogeneidade no lote.

Os preços estão em torno de R$ 2,40 a R$ 2,45 por libra-peso para fibra de qualidade superior, enquanto a de menor qualidade foi comercializada entre R$ 2,30 a R$ 2,35 por libra-peso a ser colocado em fábrica das Regiões Sul ou Sudeste. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento para 8 dias, está cotado a R$ 2,47 por libra-peso. Nos últimos sete dias, o Indicador ficou praticamente inalterado com avanço de 0,02%. Do lado das têxteis, também não há interesse em fechar grandes lotes. A indústria sabe que a safra brasileira será robusta e que daqui para frente terá mais algodão disponível. Então, não tem pressa em negociar. Quanto aos negócios para o mercado externo, o fluxo também é lento, já que o mercado doméstico está em paridade e as especificidades não atendem ao comprador. A demanda externa também está desaquecida. O atual nível da Bolsa de Nova York não compensa a transação para o vendedor porque no patamar entre 63,00 e 64,00 centavos de dólar por libra-peso fica abaixo do custo de produção.

As cotações na Bolsa de Nova York, que são referência para a formação de preços no mercado interno, continuaram voláteis, enquanto não houver fatos novos, como sinais concretos quanto à negociação comercial entre Estados Unidos e China ou uma estabilidade cambial. Não existe fato novo para justificar um maior consumo. Se o atraso na maturação das lavouras norte-americanas perdurar, pode haver uma maior demanda pelo algodão brasileiro a partir de novembro e durante os meses de janeiro e fevereiro, período da entressafra nos Estados Unidos. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em alta nesta quarta-feira (09/10). O vencimento dezembro ganhou 77 pontos (1,26%) e fechou a 62,09 centavos de dólar por libra-peso. Nos últimos sete dias, o algodão acumula alta de 1,24%. Investidores monitoram a nova rodada de articulação comercial entre Estados Unidos e China, que terá início nesta quinta-feira (10/10). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.