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16/Out/2019

Tendência de alta dos preços do algodão no Brasil

As cotações do algodão em pluma subiram na primeira quinzena de outubro. Entre os dias 30 de setembro e 14 de outubro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, aumentou 1,24%, cotado a R$ 2,50 por libra-peso, retomando o patamar registrado no início de agosto/2019. Os vendedores estão mais firmes nos preços indicados, atentos aos elevados patamares internacionais, aos embarques de lotes já contratados e ao beneficiamento. Além disso, a disponibilidade de pluma de qualidade está baixa e os produtores apontam já estar com a maior parte da produção já comercializada. Do lado da demanda, as indústrias tentam negociar a preços menores, enquanto trabalham com a matéria-prima estocada e/ou de contratos. Quando há urgência, especialmente por lotes de maior qualidade, os compradores acabam pagando valores maiores. Diante das recentes altas nos preços internacionais, a média da cotação interna em outubro está 2,9% inferior à da paridade de exportação.

A média parcial deste mês do Indicador com pagamento à vista está em 60,03 centavos de dólar por libra-peso, 16,6% inferior à média do Índice Cotlook A (de 71,99 centavos de dólar por libra-peso) e 1,72% abaixo da média do primeiro vencimento da Bolsa de Nova York (de 61,08 centavos de dólar por libra-peso). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,55 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Depois de duas temporadas com forte expansão, o primeiro levantamento de safra 2019/2020 da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado no dia 10 de outubro, indica que a área cultivada na safra 2019/2020 tenha leve alta de 1,2% frente à anterior, atingindo 1,637 milhão de hectares. A semeadura deve se iniciar em novembro. A produtividade média, por sua vez, pode ter queda de 1,5% se comparada à da temporada 2018/2019, a 1.659 quilos por hectare.

Assim, a produção brasileira está projetada em 2,716 milhões de toneladas, apenas 0,4% inferior à de 2018/2019 (2,726 milhões de toneladas). Diante do consumo doméstico estagnado, apesar de o volume exportado poder superar 1,5 milhão de toneladas em 2019, o estoque de passagem ainda pode ser o dobro do consumo brasileiro em um ano. Juntos, Mato Grosso e Bahia continuarão sendo os principais produtores de algodão e devem contribuir com mais de 88% da produção nacional na safra 2019/2020. Assim, com a área de Mato Grosso estável em 1,093 milhão de hectares e a produtividade média recuando 1,1%, para 1.643 quilos por hectare, o volume a ser colhido está projetado em 1,795 milhão de toneladas, 1,1% abaixo do da safra 2018/2019 (1,816 milhão de toneladas). Na sequência, a Bahia pode colher 608,3 mil toneladas na 2019/2020, 1,8% maior que a anterior. Apesar do aumento na área (+5,4%), em 349,9 mil hectares, a produtividade média pode cair 3,4%, para 1.738 quilos por hectare.

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, em relatório divulgado dia 7 de outubro, estima produção de 1,846 milhão de toneladas na safra 2019/2020 no Estado. Desse volume produzido, 50,53% já teriam sido comercializadas, 5,61% superior à média dos últimos cinco anos (44,94%), mas 11,54% inferior ao verificado no mesmo período da safra 2018/2019 (62,07%). No mercado internacional, os contratos na Bolsa de Nova York registram elevação, influenciados principalmente pela expectativa otimista quanto às negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos. Nos últimos sete dias, o vencimento Dezembro/2020 registra alta de 0,63%, cotado a 62,22 centavos de dólar por libra-peso, o contrato Março/2020 apresenta avanço de 0,97%, a 63,18 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2020, alta de 0,88%, para 63,99 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2019 chegou ao dia 9 de outubro cotado a 61,01 centavos de dólar por libra-peso, aumento de 2,11% entre os dias 30 de setembro e 9 de outubro.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados no dia 10 de outubro indicaram que a produção mundial da temporada 2019/2020 pode ficar em 27,17 milhões de toneladas, 4,8% acima do volume anterior, impulsionada pela Índia e pelos Estados Unidos, respectivamente altas de 15,1% e 18,2%. O Brasil teve reajuste negativo frente aos dados de setembro, de 3,3%, e baixa de 9% frente à safra 2018/2019 (2,776 milhões de toneladas). O consumo global pode crescer 1,1%, indo para 26,48 milhões de toneladas. A comercialização deve totalizar 9,34 milhões de toneladas, com elevações de 1,3% nas importações e de 4,1% nas exportações frente à temporada anterior. O estoque mundial foi estimado em 18,22 milhões de toneladas, 3,7% acima do da safra 2018/2019, impulsionado pela Índia (+33,4%) e pelos Estados Unidos (+44,3%). A China vem registrando consecutivas quedas em seus estoques e, na safra 2019/2020, está projetado em 7,24 milhões de toneladas, o menor em oito anos. Dessa forma, o estoque chinês representa 39,7% do total. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.