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18/Out/2019

Preços do algodão estáveis no mercado brasileiro

A oferta de algodão de qualidade superior é limitada no Brasil para pronta entrega, pois produtores seguem cumprindo contratos e entregaram boa parte dessa fibra para tradings. Multinacionais, por outro lado, ofertam algodão internamente por um valor acima do que fábricas se dispunham a pagar. O indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 2,49 por libra-peso. São reportados negócios a R$ 2,50 por libra-peso posto no Sudeste, mas de lotes pequenos. Tem também um movimento de produtor com comerciante, mas de algodão com característica muito ruim, na faixa de R$ 2,30 por libra-peso. Fábricas seguem demandando pouco, uma vez que a venda de fios ainda patina com o consumo fraco de têxteis. Os produtores, por outro lado, estão cumprindo contratos e aguardando oportunidades melhores.

As tradings ofereciam lotes no mercado doméstico por R$ 2,60 a R$ 2,70 por libra-peso. Há muita divergência de preço entre algodão de qualidade superior e inferior. Não é nem o tipo, mas a característica intrínseca que está determinando o preço. As fábricas que trabalham com algodão mais fino estão tendo dificuldade de obter suprimento. É uma safra muito grande, mas foi muito vendida. O algodão melhor está indo todo para as tradings. Para o algodão 31.4, os compradores indicam R$ 2,56 a R$ 2,57 por libra-peso. Contudo, as tradings pedem R$ 2,65 por libra-peso para colocar esse algodão internamente. Indústrias estão recebendo agora alguns contratos fechados com tradings há cerca de um mês, quando Nova York caiu abaixo de 60 cents por libra-peso e as multinacionais desovaram algum volume internamente. Essa situação tende a mudar quando cotonicultores concluírem o cumprimento de contratos. O produtor primeiro deve resolver os contratos com tradings, pois muita gente está com atraso. O beneficiamento ainda não terminou em Mato Grosso, vai seguir por mais 30 dias.

Depois do beneficiamento concluído, o mercado verá em cada caso qual produtor tem algodão bom. Esse algodão pode chegar ao mercado só no ano que vem devido a questões tributárias e à expectativa do setor produtivo de obter de preço mais alto na entressafra. Os vendedores estão mais firmes nos valores pedidos, a disponibilidade de pluma de qualidade está baixa e cotonicultores indicam já estar com a maior parte da produção comercializada. Já do lado da demanda, indústrias tentam negociar a preços menores, enquanto trabalham com a matéria-prima estocada e/ou de contratos. Para a safra 2019/2020, a referência nominal de compra está em torno de 200 pontos acima dos futuros em Nova York FOB no Porto de Santos. Os cotonicultores buscam 80 cents por libra-peso. Os produtores estão repensando aumentos de área mais expressivos, porque exigem investimentos em máquinas e usinas.

Parte deles vai ampliar área para manter o fornecimento para o mercado externo conquistado nos últimos anos. Outros, entretanto, estão reavaliando as intenções. Com certeza cautela vai haver, porque os preços mudaram de patamar, produtor estava vendendo algodão a 70 cents por libra-peso e agora negocia a 63 cents por libra-peso. Com câmbio alto, há o problema de os insumos terem ficado caros. Os futuros de algodão na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estão sendo sustentados pelo fortalecimento do petróleo, que diminui a competitividade de fibras sintéticas e pode estimular a demanda por algodão. O recuo do dólar no mercado internacional, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos mais atraentes para compradores estrangeiros, também deu suporte às cotações. O vencimento dezembro da pluma está ao redor dos 64 cents por libra-peso. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.