24/Out/2019
A negociação de algodão no disponível transcorre em ritmo lento. As indústrias que necessitam de fibra de qualidade superior têm desembolsado o valor do Esalq para obter suprimento. Os produtores continuam às voltas com o cumprimento de contratos, enquanto tradings pediam valores mais altos do que o indicador para ofertar lotes internamente. A expectativa é de que, em novembro, os produtores passem a ofertar mais volumes para pronta entrega. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 está cotado a R$ 2,49 por libra-peso. Em Santa Catarina, boa parte das ofertas é de qualidade inferior, com problemas de micronaire, resistência e uniformidade. Como o produtor já está muito vendido, quando ele não consegue enquadrar o algodão na qualidade preestabelecida de contratos firmados antecipadamente, coloca no mercado.
Mas, muitas indústrias têm dificuldade de aceitar esse tipo de algodão. Os negócios de algodão 31.4 e 41.4 estão ocorrendo pelo Esalq. As indústrias que têm necessidade de algodão de qualidade melhor estão pagando Esalq. Tradings estão pedindo, para ofertar algodão internamente, entre R$ 2,65 e R$ 2,70 por libra-peso para entrega nas Regiões Sul ou Sudeste. Na Bahia, os produtores estão focados em entregar algodão vendido previamente e esperando preços mais remuneradores para negociar a parte da safra ainda em estoque. O mercado é lento. As fábricas estão atuantes no mercado, mas nos preços que elas indicam, os produtores não têm interesse. Por causa das altas recentes na Bolsa de Nova York e do dólar ainda firme, embora tenha recuado, tradings indicam na faixa de R$ 2,75 por libra-peso, mas as indústrias indicam R$ 2,50 por libra-peso, para entrega na Região Nordeste.
Quanto à safra 2019/2020, há procura para entrega de janeiro em diante, mas os produtores estão avaliando quanto de algodão sobrará. Há poucas ofertas porque os produtores ainda não liquidaram as entregas de contratos. Os compradores indicam R$ 2,45 por libra-peso na Região Sudeste, para entrega no começo do ano que vem, mas os produtores buscam no mínimo R$ 2,50 por libra-peso. Na Bahia, há registro de negócios para exportação na faixa de 70,00 centavos de dólar por libra-peso FOB no Porto de Santos (SP), para entrega em agosto e setembro do ano que vem. Os preços se mantêm estáveis nos últimos sete dias, mas o interesse de venda está maior. O valor não é o que os produtores almejam, mas já está mais alto do que chegou a ser indicado há alguns meses.
Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em alta na quarta-feira (23/10). Os ganhos foram sustentados pelo fortalecimento do petróleo, que diminui a competitividade de fibras sintéticas e pode estimular a demanda por algodão. O vencimento dezembro da pluma subiu 28 pontos (0,43%) e fechou a 64,95 centavos de dólar por libra-peso. Na segunda-feira (21/10), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 41% da safra de algodão do país apresentava condição boa ou excelente até o dia 20 de outubro, melhora de 3%is em relação à semana anterior. Além disso, 93% da safra tinha abertura de maçãs, ante 89% na média dos cinco anos anteriores. O governo dos Estados Unidos informou ainda que 40% da safra tinha sido colhida, ante 35% na média de cinco anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.