31/Out/2019
A comercialização de algodão no mercado interno evolui lentamente. A falta de acordo entre vendedores e fábricas sobre preços dificulta os negócios tanto no spot quanto para entrega futura. Não há interesse em efetuar novas transações. As fábricas atribuem o valor mais baixo oferecido e a menor disposição de compra ao consumo retraído, enquanto os produtores aguardam preços mais remuneradores para voltar a negociar. Os compradores indicam R$ 2,40 por libra-peso, em média, para pluma a ser colocada nas Regiões do Sul ou Sudeste. Os vendedores indicam entre R$ 2,40 a R$ 2,45 por libra-peso nas mesmas condições. Com isso, o produtor privilegia o cumprimento de contratos antigos. O Indicador do algodão em pluma Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias registra recuo de 0,73% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,50 por libra-peso. No acumulado do mês de outubro, o Indicador apresenta alta de 0,86%.
Outro fator que contribui para a retração da oferta no disponível é o patamar das cotações da fibra na Bolsa de Nova York, referência para a formação de preços no mercado interno. Apesar de os contratos acumularem alta de 8% em outubro, os preços ainda não animam os produtores. Enquanto as cotações estiverem abaixo dos 70,00 centavos de dólar por libra-peso não compensa os esforços do vendedor tanto para venda no mercado nacional quanto para exportação. Com a leve sustentação dos contratos futuros na Bolsa de Nova York, os produtores tendem a voltar para o mercado. Da safra 2019, aproximadamente 80% já foi comercializado e, da temporada 2020, cerca de 40%. Então, o produtor não tem mais urgência para capitalização e pode aguardar por preços que considere mais remuneradores. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em alta nesta quarta-feira (30/10). O vencimento dezembro ganhou 98 pontos (1,51%) e fechou a 65,70 centavos de dólar por libra-peso. Nos últimos sete dias, este contrato acumula alta de 1,62%.
A recuperação deve-se em parte à expectativa dos investidores de que Estados Unidos e China possam selar um acordo comercial parcial em meados de novembro e que esse pacto envolva compra pelos chineses de produtos agrícolas norte-americanos. Nos últimos dias, o mercado está com maior foco nos sinais de demanda. Além dos ânimos mais calmos na disputa comercial, os dados de geração de 125 mil empregos no setor privado dos Estados Unidos em outubro e o crescimento do Produto Interno Bruto norte-americano de 1,9% no terceiro trimestre vieram acima do esperado, contribuindo para afastar a preocupação com a recessão econômica. Em contrapartida, a entrada da safra norte-americana, com o avanço da colheita, pode segurar a alta dos preços dos contratos futuros no curto prazo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.