20/Nov/2019
Ainda que a produção nacional de algodão em pluma da safra 2018/2019 tenha sido elevada e que a expectativa seja de excedente disponível internamente, a maior parte do beneficiamento tem sido destinada a cumprimento de contratos aos mercados interno e externo. Com isso, pouco volume de pluma de alta qualidade tem sido ofertado no spot brasileiro. Nesse cenário, muitos compradores alegam dificuldades em adquirir lotes com a qualidade desejada. Ressalta-se que estes agentes de indústrias e comerciantes têm necessidade de atender a programações e, com isso, quando encontram a pluma ideal, aceitam pagar valores maiores. No caso da pluma de menor qualidade, os demandantes pressionam os valores. Esse contexto tem resultado em baixa liquidez no mercado doméstico e, consequentemente, em enfraquecimento nos preços. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve recuo de 0,29% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,55 por libra-peso. Na parcial de novembro, o Indicador ainda acumula alta de 1,64%.
A média da parcial deste mês, de R$ 2,54 por libra-peso, está 2,11% superior à média de outubro/2019, mas 17,32% abaixo da de novembro/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de outubro/2019). Quanto aos contratos antecipados, algumas negociações envolvendo a pluma das duas temporadas (2018/2019 e 2019/2020) foram registradas, com fechamentos para exportação também no curto prazo. Parte das indústrias tem interesse em compras para a entressafra e para o segundo semestre de 2020. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 10 dias úteis de novembro, já foram embarcadas 114,7 mil toneladas, com média diária de 11,5 mil toneladas, 3,5% inferior à de 11,9 mil toneladas de outubro/2019 (quando as exportações foram recordes), mas 8,4% superior à de novembro/2018. Em faturamento, a média diária é de US$ 18,4 milhões, 3,7% inferior à média de outubro/2019 (US$ 19,2 milhões).
O preço médio de novembro em dólar está em US$ 1.607,5º por tonelada, apenas 0,3% menor que o do mês anterior (US$ 1.611,90 por tonelada), mas 7,3% inferior ao de novembro/2018 (US$ 1.733,30 por tonelada). Em moeda nacional, o preço médio na parcial de novembro está em R$ 6.606,84 por tonelada, altas de 0,4% frente ao do mês anterior (R$ 6.582,48 por tonelada) e de 0,6% se comparado ao de novembro/2018 (R$ 6.564,72 por tonelada). De acordo com o 2º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área na safra 2019/2020 está projetada em 1,647 milhão de hectares, avanços de 0,58% frente ao relatório anterior e de 1,8% na comparação com a temporada 2018/2019. Mesmo com a produtividade média prevista para recuar 1,6% na safra 2019/2020 (1.658 quilos por hectare), a expectativa para a produção nacional aumentou 0,54% se comparado aos dados de outubro/2019, indo para 2,73 milhões de toneladas (+0,2% frente à safra 201820/19).
Com área mais expressiva, Mato Grosso deve semear 1,101 milhão de hectares, aumentos de 0,78% frente à estimativa anterior e de 0,8% em relação à safra 2018/2019. A produção de Mato Grosso teve reajuste positivo de 0,77% em relação à projeção anterior, a 1,81 milhão toneladas na temporada 2019/2020 (-0,4% se comparada à safra 2018/2019), enquanto a produtividade média deve cair 1,1% frente à safra anterior (1.643 quilos por hectare). A Bahia, segundo Estado mais representativo, teve certa estabilidade nas primeiras previsões da Conab, com área de 350 mil hectares, aumento de 5,4% frente à safra 2018/2019. No mesmo comparativo, ainda que a produtividade média recue 3,4%, para 1.738 quilos por hectare, o volume produzido deve se elevar em 1,8%, totalizando 608,4 mil toneladas. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,72 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Os quatro primeiros contratos na Bolsa de Nova York registram leve queda nos últimos sete dias, influenciados pela desvalorização do petróleo e por incertezas quanto às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. O vencimento Dezembro/2019 apresenta desvalorização de 0,12% nos últimos sete dias, cotado a 64,21 centavos de dólar por libra-peso, o Março/2020 registra baixa de 0,17%, 65,97 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2020 acumula queda de 0,18%, para 67,24 centavos de dólar por libra-peso e o Julho/2020, recuo de 0,25%, cotado a 68,32 centavos de dólar por libra-peso. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou, em relatório divulgado na segunda-feira (18/11), que 68% da área já foi colhida, acima dos 58% registrados no mesmo período de 2018, e 2% superior à média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.