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04/Mar/2020

Tendência é de alta do preço do algodão no Brasil

Os preços do algodão em pluma seguiram em alta em fevereiro, mantendo o movimento que vem sendo verificado há seis meses seguidos. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, fechou a R$ 2,92 por libra-peso no encerramento do mês passado, com avanço de 4,13% frente ao fechamento de janeiro. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador registra alta de 1,47%, cotado a R$ 2,92 por libra-peso. A sustentação vem da posição firme da maior parte dos vendedores. Além disso, o dólar em patamar recorde nominal reduziu a disponibilidade doméstica, tendo em vista que favoreceu a exportação. Do lado comprador, muitos estão ativos, à procura de pluma de maior qualidade. Demandantes com maior necessidade acabam pagando valores maiores para adquirir novos lotes. No geral, os fechamentos estão sendo limitados pela disputa entre vendedores e compradores quanto ao preço e à qualidade.

Ao longo de fevereiro, o dólar manteve o mercado de exportações atrativo, fazendo com que tradings sustentassem as altas no mercado doméstico. No entanto, na última semana de fevereiro, os contratos na Bolsa de Nova York caíram com força, reduzindo o ritmo de comercialização. Quanto às negociações para embarque ao mercado externo no curto prazo (até abril de 2020), tiveram média de 70,39 centavos de dólar por libra-peso em fevereiro, 2,94% abaixo da registrada no mês anterior (72,52 centavos de dólar por libra-peso), referente à pluma da safra 2018/2019. Para exportação envolvendo a temporada 2019/2020, a média das informações captadas para embarque no segundo semestre de 2020 foi de 70,30 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 2,44% frente à média de janeiro/2020 (72,06 centavos de dólar por libra-peso). Em relação à safra 2020/2021, a média dos últimos seis meses de 2021 foi de 71,93 centavos de dólar por libra-peso em fevereiro, recuo de 0,23% frente ao mês anterior.

O dólar finalizou a R$ 4,49 no dia 28 de fevereiro, aumento de 4,88% no acumulado do mês, sendo que a média mensal ficou em R$ 4,34, a maior desde o início do Plano Real. No dia 28 de fevereiro, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente, foi de R$ 2,89 por libra-peso. Além da queda do petróleo no mercado internacional, a disseminação do coronavírus e o temor com relação aos possíveis impactos macroeconômicos com o avanço da epidemia pressionaram os contratos da Bolsa de Nova York. Assim, o vencimento Março/2020 fechou fevereiro a 61,59 centavos de dólar por libra-peso, queda de 8,76% no mês; o vencimento Maio/2020 fechou a 61,49 centavos de dólar por libra-peso (-9,98%); o Julho/2020, a 62,27 centavos de dólar por libra-peso (-10%); o Outubro/2020, a 61,97 centavos de dólar por libra-peso (-10,08%) e o Dezembro/2020, a 62,44 centavos de dólar por libra-peso (-9,15%).

De acordo com informações divulgadas no dia 2 de março pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac), o estoque mundial pode cair na temporada 2019/2020, indo para 18 milhões de toneladas (-1%), essa seria a quinta safra consecutiva de queda. Isso porque os estoques chineses deverão recuar 5,5% (8,4 milhões de toneladas), ao mesmo tempo em que o restante do mundo deve aumentar em 3%, totalizando 9,6 milhões de toneladas. Espera-se que o consumo global permaneça estável e a produção aumente em 1%. Para o maior produtor mundial, a Índia, projeta-se aumento de 12%, para 6 milhões de toneladas, e para o principal exportador, os Estados Unidos, elevação de 9%, totalizando 4,4 milhões de toneladas. Há incertezas consideráveis diante das tensões comerciais entre os Estados Unidos e China e ao surto do coronavírus. Diante deste cenário, somado com a desaceleração econômica global, a estimativa atual de preço está em 79,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.