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04/Set/2020

Preços do algodão sustentados pela oferta restrita

A demanda por algodão no mercado brasileiro está reagindo, principalmente do lado de indústrias, embora as ofertas continuem pontuais. Os produtores direcionam grande parte do volume colhido e beneficiado para cumprimento de contratos. Essa combinação contribui para manter os preços sustentados. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 3,33 por libra-peso. No mês passado, a alta foi de 15,97%, maior variação mensal desde janeiro de 2016. A procura para negociação doméstica está mais aquecida e a disponibilidade da fibra ainda é limitada. As fábricas da Região Sul estão tomadas, não têm mais capacidade ociosa, o que é uma indicação de recuperação do setor têxtil. Os produtores estão bem vendidos, focando o cumprimento dos contratos antecipados.

Têm surgido poucos volumes para entrega imediata. A oferta no spot só deve aumentar entre a terceira semana de setembro e o começo de outubro. Nesse período, haverá mais lotes beneficiados e HVIs disponíveis e mais produtores querendo fazer caixa para pagar contas que vencem nesse período. Três fatores contribuem para os preços firmes: demanda superior à oferta, câmbio e ritmo acelerado de exportação. Os valores indicados para compra estão entre R$ 3,30 e R$ 3,35 por libra-peso. Embora algumas fábricas possuam estoques, a recuperação no setor têxtil tem sido melhor do que o inicialmente esperado. A reabertura dos polos consumidores de São Paulo e Rio de Janeiro antes do previsto e o auxílio emergencial do governo contribuíram para reaquecer o consumo.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de algodão totalizaram 109,017 mil toneladas em agosto, um aumento de 140,7% ante igual período do ano passado, quando foram embarcadas 45,288 mil toneladas. O volume também ficou 41,2% acima do observado em julho, quando o Brasil vendeu ao exterior 77,213 mil toneladas. No acumulado de 2020, o volume de algodão exportado chega a 1,022 milhão de toneladas. O total é 63,1% maior do que em igual intervalo de 2019, quando o volume acumulado era de 626,516 mil toneladas. Com a retomada da economia, aos poucos, as indústrias precisam repor estoques da matéria-prima, uma vez que, tradicionalmente, optam por compras conforme a necessidade e em períodos de maior oferta.

Há fábricas que estão fora do mercado para novas negociações devido ao recebimento de embarques fechados anteriormente e/ou porque estão consumindo estoques, mas boa parte das empresas sinaliza recuperação da demanda com melhora na liquidez do mercado de fios. Além disso, em agosto, algumas empresas voltaram a realizar novos contratos a termo para entrega programada nos próximos meses. Entretanto, os agentes permanecem cautelosos em ampliar o ritmo de produção, receosos de que o crescimento do consumo possa não se sustentar e/ou se recuperar de forma mais intensa. Ainda há preocupação das fiações quanto ao repasse do aumento do custo da matéria-prima para seus produtos. Para a safra 2020/2021, a negociação de algodão é lenta. Tradings estão focadas na performance dos embarques da safra que está sendo colhida, e a demanda no exterior por novos contratos é limitada, embora já tenha reagido em alguns países como a China. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.