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05/Out/2020

Preços do algodão em alta com retração da oferta

Os preços internos do algodão registraram altas na segunda quinzena de setembro. O suporte veio da retração de vendedores, que estão atentos à valorização do dólar frente ao real e à consecutiva alta na vantagem das exportações em relação à venda no mercado nacional. Os vendedores brasileiros priorizaram o cumprimento dos contratos de exportação, além de terem aumentado o interesse por novos fechamentos para venda externa. Parte das indústrias faz novas compras antecipadas para entregas nos meses seguintes, enquanto outras estão recebendo volumes contratados anteriormente. Poucas são as empresas com maior necessidade de compra imediata e que acabam cedendo nos preços pagos. Essas fábricas apontam dificuldades no repasse dos valores mais altos aos consumidores.

As margens de lucro esperadas para o produtor de algodão no ano-safra 2020/2021 se recuperaram em relação ao cenário desenhado durante a fase mais aguda da pandemia do novo coronavírus. Para a região sudeste de Mato Grosso, a combinação entre níveis de preços possíveis de serem fixados e o aumento de custo esperado, a reboque da desvalorização cambial, possibilitava margem agrícola na casa de 36% na safra 2020/2021, próxima aos níveis estimados para a safra 2019/2020. As perspectivas ainda são de um ano-safra de excesso de produção em relação à demanda global.

Apesar de ser esperada uma redução da área plantada em vários países produtores da pluma, tal queda será insuficiente para trazer o mercado para um novo equilíbrio. Outro ponto de atenção diz respeito ao petróleo. Caso haja uma queda de seus valores, a fibra sintética deverá ganhar competitividade e pressionar as cotações do algodão. Um evento como esse poderia ocorrer, por exemplo, oriundo de uma segunda onda de medidas de contenção da proliferação do novo coronavírus. Para o Brasil, apesar da expectativa de recuperação da economia no próximo ano, a baixa base de partida para o crescimento, atrelada à expectativa de elevado nível de desemprego, deve se traduzir em um nível de renda disponível ainda baixo. Isso, por sua vez, tende a afetar a demanda nacional por produtos têxteis. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.