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07/Out/2020

Tendência é de estabilidade dos preços do algodão

Os preços do algodão em pluma vêm registrando apenas pequenas oscilações no mercado brasileiro neste início de outubro. Muitos produtores nacionais se mostram capitalizados e, por isso, estão firmes nos valores indicados pelo baixo volume de pluma que disponibilizam no spot. Esses agentes estão atentos aos preços pagos para exportação, que estão mais atrativos que os valores do algodão no mercado doméstico, e especialmente ao embarque de contratos a termo. Os produtores também priorizam o beneficiamento da safra 2019/2020, que, até o dia 1º de outubro, havia atingido 60% da produção no País, conforme indicação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Em Mato Grosso, especificamente, o beneficiamento totaliza 55% da safra e na Bahia, 69%.

Do lado da demanda, os compradores com necessidade de repor estoques acabam pagando os maiores preços pedidos por vendedores, principalmente no caso de lotes de qualidade superior, mas os fechamentos têm envolvido pequenos volumes, em sua maioria. Outros agentes de indústrias, no entanto, se mantêm afastados do mercado, trabalhando com a matéria-prima recebida por meio de contratos. Com 1,56% de aumento nos últimos sete dias, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 3,24 por libra-peso, sendo 6% abaixo da paridade de exportação. A paridade de exportação, na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR) é de R$ 3,45 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos registram alta nos últimos sete dias, influenciados pelo avanço no valor do petróleo e pelo enfraquecimento do dólar no mercado internacional.

Nos últimos sete dias, o vencimento Outubro/2020 registra valorização de 0,51%, a 64,73 centavos de dólar por libra-peso, Dezembro/2020, alta de 0,52%, a 66,03 centavos de dólar por libra-peso, Março/2021, 0,81%, para 66,92 centavos de dólar por libra-peso e Maio/2021, 0,73%, cotado a 67,58 centavos de dólar por libra-peso. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportadas 158,9 mil toneladas de pluma nos 21 dias úteis de setembro, avanço de 45,8% frente ao mês anterior, mas 3,5% abaixo da quantidade de setembro/2019 (164,6 mil toneladas). China e Vietnã foram destinos de quase 50% do total exportado no mês. O faturamento dobrou em setembro/2020 frente a agosto/2020, a US$ 230,8 milhões, mas caiu 12,7% na comparação com o mesmo mês de 2019. O preço médio de setembro/2020 foi de 65,89 centavos de dólar por libra-peso, alta de 3,2% frente ao mês anterior, mas 9,5% menor do que o de um ano atrás.

Em moeda nacional, a média de setembro/2020 foi de R$ 3,55 por libra-peso, elevação de 18,5% se comparada ao mesmo mês do ano passado (R$ 3,00 por libra-peso) e 12,4% maior que a verificada no spot nacional em setembro (Indicador). De acordo com informações divulgadas no dia 1º de outubro pelo Conselho Consultivo Internacional de Algodão (Icac), a produção mundial na temporada 2020/2021 deve cair 6,1% frente à anterior, para 24,6 milhões de toneladas, influenciada pela redução em quase todos os grandes produtores, exceto a Índia, que deve produzir 6,2 milhões de toneladas (+2,2%) e seguir como a maior produtora. No mesmo comparativo, o consumo global deve ficar em 24,3 milhões de toneladas (+6,4%), com a China representando cerca de 30% desse total (7,8 milhões de toneladas). Nesse contexto, o estoque final está projetado para 21,97 milhões de toneladas, 1,3% maior que o anterior.

Quanto à comercialização mundial, a expectativa é de que some 9,18 milhões de toneladas, 3% a mais que na temporada 2019/2020. Mesmo com queda de 6%, os Estados Unidos devem continuar liderando as exportações, com um volume de 3,18 milhões na safra 2020/2021, mas os conflitos comerciais com a China levaram o país asiático a transferir parte de suas compras para o Brasil. A expectativa é que a produção brasileira na safra 2020/2021 chegue a 2,5 milhões de toneladas, queda de 14,5% frente à anterior, e o consumo interno está projetado para ficar estável, em 610 toneladas. A exportação brasileira, por sua vez, deve recuar 20,3% no mesmo comparativo (1,58 milhão de toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.