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09/Out/2020

Preços do algodão sustentados na demanda e dólar

O mercado de algodão no disponível segue com procura aquecida para pronta entrega. Enquanto fábricas buscam fibra para repor estoques, os vendedores ainda apresentam poucos lotes para negociação. Além do apetite da ponta compradora, as altas recentes do dólar ajudam a sustentar as cotações no disponível. Há interesse de fábricas por algodão no spot, mas a disponibilidade ainda é restrita. Em Santa Catarina, no têxtil, os segmentos de homewear (trajes para uso em casa) e roupa de cama tiveram vendas estimuladas pelo trabalho remoto e, em menor grau, pelo auxílio emergencial. Houve até uma situação de desabastecimento de alguns produtos.

Alguns tipos de fios sumiram do mercado. Além da maior procura, o dólar em alta tem dado suporte às cotações da fibra. Ocorrem negócios pontuais para reposição de estoques. A níveis de Esalq o mercado tem liquidez. Mas, não há muita oferta. Algumas fábricas estão, inclusive, cedendo na qualidade por receio de desabastecimento. Com futuros e dólar em alta, muitos produtores estão retraídos. As fábricas querem comprar, mas está difícil. Até a base Esalq teria disposição para compra, mas alguns vendedores indicam R$ 3,50 por libra-peso. Os produtores ainda estão fazendo o beneficiamento e cumprindo contratos. Contudo, muitas despesas de produtores vencem em outubro, o que pode ampliar o volume ofertado ao longo deste mês.

Como o Brasil está exportando 12 meses por ano, os vendedores consideram que há tempo para vendas pontuais com oportunidades proporcionadas por altas dos futuros e do dólar. Para a safra 2020/2021, as indústrias buscam volumes a fixar, tendo como referência o Esalq do período de entrega. Tradings indicam valores variados, até 400 pontos abaixo do contrato dezembro de 2021 FOB no Porto de Santos (SP). Porém, para algodão de maior qualidade, a indicação é de até 100 pontos acima do contrato dezembro de 2021. Os vendedores estão cautelosos em negociar agora, diante das incertezas sobre como o novo coronavírus, a eleição norte-americana e o comportamento do câmbio afetarão preços. Existe ainda alguma preocupação com o atraso no plantio da soja, que pode afetar a janela de plantio de algodão 2ª safra.

Os vendedores também aguardam oportunidades mais remuneradoras, já que a perspectiva é de redução de área plantada em 2020/2021 no País. Segundo o Itaú BBA, os preços futuros do algodão na Bolsa de Nova York têm pouco espaço para altas ao longo dos próximos meses. As perspectivas ainda apontam para mais um ano-safra de excesso de produção em relação à demanda global. Apesar da expectativa de redução da área plantada em vários países produtores da pluma, tal queda será insuficiente para trazer o mercado para um novo equilíbrio.

As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de produção e demanda indicam estoques de passagem em 2020/2021 nos mais altos níveis desde a temporada 2014/2015. No caso de uma queda no petróleo com uma segunda onda de medidas de contenção do novo coronavírus, a fibra sintética deverá ganhar competitividade e pressionar as cotações do algodão. No Brasil, o aumento do volume de algodão beneficiado e ofertado ao mercado deve impedir que novas altas significativas das cotações ocorram no spot. Para 2020/2021, a combinação dos futuros e câmbio ainda possibilita o travamento de preços em Reais em patamares razoáveis. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.