30/Out/2020
Depois da soja e do milho, foi a vez do algodão atingir patamares recordes no País. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, bateu na segunda-feira (26/10), o maior valor nominal da série histórica do Cepea, iniciada em julho de 1996. Após esse movimento, o Indicador ainda registrou nova alta na terça-feira (27/10), mas recuou 0,07% na quarta-feira (28/10), para R$ 4,07 por libra-peso, encerrando uma sequência de 15 dias seguidos de valorização. No mês, o ganho acumulado é de 26,23%. Mesmo com colheita recorde na safra 2019/2020, a disponibilidade doméstica de pluma vem se mantendo baixa, tendo em vista que os vendedores aproveitam as atuais taxas de câmbio, o bom ritmo de beneficiamento e a qualidade da pluma para exportar.
Os valores do algodão no Brasil operaram abaixo da paridade de exportação por 12 meses, mas o cenário se alterou em 19 de outubro devido às fortes altas recentes no mercado doméstico. O mercado subiu muito rápido, e isso deixou os agentes cautelosos, mas está começando a se acomodar, pois a oferta deve avançar em breve. Os compradores que esperavam um recuo do dólar começaram a precificar que isso não vai acontecer, e está ocorrendo um alinhamento do preço pago no mercado interno com o do mercado internacional. O câmbio continua sendo uma variável importante para formação de preço.
Se o câmbio continuar nesse patamar, o preço do algodão não vai recuar fortemente. A oferta brasileira é grande, mas o País é o segundo maior exportador do mundo e deve acompanhar a paridade de exportação. Do lado da demanda, a indústria tem necessidade de compra, porque está desabastecida e, na outra ponta, o mercado de fios e tecidos está aquecido. Esse aumento do Esalq vigoroso neste mês reflete a necessidade de fábrica se abastecer. Tudo o que é colocado no mercado é vendido. Não há, neste momento, operação estratégica para formar estoque, as fábricas estão simplesmente suprindo as suas necessidades.
A oferta tende a crescer ao longo dos próximos meses, já que o preço interno está se equiparando ao valor para exportação e o beneficiamento deve ser concluído dentro de mais 30 a 45 dias. A maior produção da história do Brasil de algodão vai estar no mercado, então é óbvio vai ter alguma pressão de oferta. Mas, pode não ser suficiente para derrubar o preço. O fator principal é o nível de capitalização do produtor. Nos Estados Unidos, 42% da safra de algodão tinha sido colhida até o dia 25 de outubro, em linha com a média de cinco anos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 95% da safra tinha abertura de maçãs, em comparação a 92% na média de cinco anos.
O relatório mostrou ainda que 40% da safra apresentava condição boa ou excelente, sem variação ante a semana anterior. A safra está curta, o que está fazendo com que o mercado suba mais à medida que avança a colheita. A oferta de algodão costuma atingir seu pico durante a colheita, entre julho e novembro, pressionando as cotações. Mas, o clima desfavorável nas regiões produtoras de algodão dos Estados Unidos tem sustentado o mercado. Além da seca durante o desenvolvimento, agora o Texas tem plantações de algodão cobertas de neve. Enquanto isso, no sudeste do país, a passagem da tempestade tropical Zeta pode prejudicar as lavouras. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.