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05/Nov/2020

Preços do algodão podem ter chegado a um teto

Tradings revenderam na última semana no mercado interno lotes de algodão que compraram antecipadamente e isso está contribuindo para estabilizar os preços da fibra. Negócios no alto patamar de R$ 141,00 por arroba FOB com impostos inclusos, não afastam a indústria, mas a percepção é de que os preços encontraram um teto. Nos últimos três dias, lotes pontuais têm saído por este valor, para retirada e pagamento imediatos. O produtor se mantém firme nos preços porque o mercado está comprador. Há bastante demanda da indústria para conseguir atender às encomendas por fios ou peças de algodão que ficaram represadas durante o período de isolamento social, tanto no mercado interno quanto no exterior.

Como a necessidade pela fibra é grande, os compradores aceitam por vezes até produto de qualidade um pouco inferior. O algodão continua em falta, com o reaquecimento da demanda interna acima do previsto. Nesta quarta-feira (04/11), a negociação ficou um pouco mais lenta, com o mercado atento à apuração da eleição dos Estados Unidos. As exportações de algodão foram maiores em outubro em relação a setembro, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), somando 241,27 mil toneladas, aumento de 51,8%, quando foram embarcadas ao exterior 158,9 mil toneladas. Ante outubro do ano passado, houve recuo de 21,6%. O aumento das exportações de setembro para outubro também diz respeito à demanda represada por causa da pandemia e que está sendo liberada agora.

No acumulado do ano, o Brasil já exportou 1,422 milhão de toneladas de algodão em pluma, avanço de 31,8% ante igual período de 2019. Produtores e tradings estão embarcando grandes volumes de algodão. Houve um descolamento devido ao lockdown e as exportações atrasaram. Ainda tem muito algodão para ser embarcado este ano. O País pode bater a marca de 2 milhões de toneladas de algodão em pluma exportadas este ano. O comprador interno, mesmo pagando um alto preço, tomou posição mais firme na hora da negociação, o que também contribuiu para estacionar os preços nos últimos dias.

As cotações subiram com força em outubro, atingindo recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em julho de 1996. Na primeira quinzena do mês, a paridade de exportação seguia acima do valor pago no mercado doméstico, o que fez com que os vendedores dessem prioridade aos embarques e os novos fechamentos de exportação, mantendo baixa a disponibilidade doméstica. Neste cenário, o Indicador do algodão em pluma Cepea/Esalq, com pagamento em oito dias, atingiu R$ 4,07 por libra-peso no dia 27 de outubro, o maior valor nominal de toda a série do Cepea.

No dia 30 de outubro, o Indicador cedeu, fechando a R$ 4,05 por libra-peso, mas ainda com expressiva alta de 25,7% no acumulado de outubro e de 50,8% em 10 meses. Na terça-feira (03/11), o Indicador fechou em R$ 4,04 por libra-peso. Em dólar, fechou a 70,32 centavos de dólar por libra-peso. O valor a prazo fechou a R$ 4,05 por libra-peso. O preço médio de outubro foi de R$ 3,64 por libra-peso, 15,23% acima do preço médio de setembro e 24,18% maior que o de outubro/2019 em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de setembro/2020). Trata-se, também, da maior média real desde janeiro de 2020 (R$ 3,65 por libra-peso. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.