13/Nov/2020
Após a sequência de quedas do Indicador Cepea/Esalq de algodão com pagamento em 8 dias, as fábricas estão retraídas, na expectativa de que os preços da fibra no disponível possam cair mais, enquanto os vendedores ofertam algodão, mas a valores mais altos do que indústrias se dispõem a pagar. O Indicador acumula baixa de 5,74% no mês. No dia 11 de novembro, fechou a R$ 3,82 por libra-peso. Os recuos recentes da pluma vêm sendo influenciados principalmente pelo câmbio, mas também pela maior disponibilidade de produto. As fábricas estão relutando ainda em comprar para ver se o preço do algodão baixa mais. Ainda consideram que está num nível um pouco elevado. Mas, como vendedores estão capitalizados com a venda de soja e milho, não estão interessados em negociar algodão.
Há ofertas no disponível, mas acima do Esalq, a partir de R$ 3,90 por libra-peso. Fábricas indicam abaixo do Esalq, na faixa de R$ 3,80 por libra-peso. Estão abastecidas para novembro, mas para dezembro ainda avaliam se param como em outros anos, uma vez que já interromperam atividades logo que começaram as medidas de isolamento causadas pela pandemia do novo coronavírus. Por enquanto, a fibra de maior qualidade continua sendo direcionada por produtores para o cumprimento de contratos com tradings para exportação. Para a negociação antecipada da safra 2020/2021, as indicações de compra estão na faixa de 400 pontos abaixo do vencimento dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP). Os vendedores consideram esse nível de preço baixo.
Quanto aos preços internacionais, o Itaú BBA vê espaço limitado para ganhos expressivos nos próximos meses, citando a perspectiva de um ano-safra de excesso de produção em relação à demanda global. Um aumento mais relevante dos preços tende a ocorrer caso observemos uma quebra mais relevante na produção de algum importante país produtor e exportador da pluma. Do lado da demanda, a despeito dos sinais de aceleração do consumo em alguns países, caso do Brasil, há o risco de segunda onda do novo coronavírus ao redor do mundo, que pode prejudicar o desempenho das economias e afetar o consumo global da pluma. Pressões adicionais poderiam vir de uma queda das cotações do petróleo e do consequente aumento da competitividade da fibra sintética. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.