18/Nov/2020
As exportações de algodão em pluma estão intensas neste mês e podem atingir novo volume recorde. Enquanto isso, a demanda nacional também está firme. Em setembro, o processamento industrial cresceu 9,3% frente ao mesmo mês de 2019, mas no acumulado de 2020 (de janeiro a setembro) ainda ficou 14% menor que nos nove primeiros meses de 2019. Nos últimos dias, os vendedores também disponibilizam novos lotes ao mercado interno, estimulados pelas cotações domésticas acima da paridade de exportação. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), somente nos primeiros nove dias úteis de novembro, o Brasil já embarcou 196,3 mil toneladas de pluma. Como comparação, de abril a julho deste ano, os embarques somaram 294,2 mil toneladas, e de agosto a outubro, 508,4 mil toneladas de pluma.
Desse modo, caso o atual ritmo de vendas externas se mantenha até o final do mês, o volume exportado deve atingir um novo recorde, superando as 308,8 mil toneladas embarcadas em janeiro deste ano. O preço médio da exportação está em 68,06 centavos de dólar por libra-peso, que, ao câmbio médio de R$ 5,49, resulta em R$ 3,73 por libra-peso. O valor da pluma exportada neste mês, inclusive, está acima da paridade calculada nos últimos dias. A paridade de exportação é de R$ 3,61 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,62 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. No mercado interno, os vendedores diminuem a oferta nos últimos dias e os compradores estão resistentes em pagar os valores mais altos. Diante disso, a liquidez está baixa. Ressalta-se que muitas indústrias já vêm fechando novos contratos antecipados, buscando garantir a pluma para os primeiros meses de 2021.
No spot, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8, está cotado a R$ 3,80 por libra-peso, recuo de 2,6% nos últimos sete dias. A média da parcial de novembro está em R$ 3,91 por libra-peso, 7,2% acima da média de outubro/2020 e 52,1% superior à de novembro/2019, em termos nominais. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão recuando, pressionados por estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando aumentos na produção norte-americana e nos estoques mundiais para a temporada 2020/2021 e por incertezas relacionadas à pandemia do coronavírus. O vencimento Dezembro/2020 registra queda de 0,61% nos últimos sete dias, para 69,57 centavos de dólar por libra-peso e o Março/2021, recuo de 0,14%, a 71,58 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2021 está cotado a 72,46 centavos de dólar por libra-peso (-0,12%), e o Julho/2021, a 73,12% centavos de dólar por libra-peso (-0,19%).
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 10 de novembro, indicou que a produção mundial na temporada 2020/2021 deve cair 4,9% frente à anterior, para 25,28 milhões de toneladas. O país que mais teve mudança no comparativo com os dados de outubro foi o Paquistão, com queda de 13,8%, indo para em 1,09 milhão de toneladas (-19,3% frente à safra 2019/2020). O consumo mundial, por sua vez, está projetado em 24,83 milhões de toneladas, alta de 11,8% em relação à safra 2019/2020. O estoque global 2020/2021 está estimado em 22,09 milhões de toneladas, 1,9% superior ao da safra passada, representando uma relação estoque/consumo de 88,9%, a segunda maior em seis anos. A comercialização mundial poderá ficar em 9,3 milhões de toneladas na temporada 2020/2021, com aumento de 6,6% nas importações. A expectativa é de que o Paquistão aumente suas importações em 8,2% frente à safra 2019/2020, para compensar a menor oferta interna. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.