25/Nov/2020
As oscilações da paridade de exportação, influenciada pelas variações dos preços externos e da taxa de câmbio, e as incertezas sobre a dinâmica do mercado nos próximos meses têm deixado os agentes mais cautelosos em realizar novas negociações. De um lado, os vendedores seguem apostando nas exportações, mesmo com preços apenas levemente inferiores aos internos, disponibilizando, portanto, poucos lotes no spot nacional. Por outro lado, os compradores recebem contratos realizados em semanas anteriores e alguns demandantes já sinalizam paradas na produção em partes de dezembro, apesar do bom ritmo das vendas. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8, registra alta de 1% nos últimos sete dias, a R$ 3,84 por libra-peso. A média de novembro está em R$ 3,88 por libra-peso, a maior de toda a série histórica em termos nominais e 6,5% acima da paridade de exportação.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,67 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,68 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na média de novembro, contudo, observa-se queda de 0,3%, com as paridades a R$ 3,64 por libra-peso no Porto de Santos e R$ 3,65 por libra-peso em Paranaguá. Quanto às exportações, até a terceira semana de novembro, o Brasil embarcou 249,27 mil toneladas, contra 256,5 mil toneladas em todo o mês de novembro/2019. O preço médio deste mês está em R$ 3,70 por libra-peso, ao considerar o câmbio médio de R$ 5,44. Com agentes focados nas exportações, poucos são os lotes disponibilizados no spot nacional. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o beneficiamento da temporada 2019/2020 no País havia chegado, até o dia 19 de novembro, a 87% da produção, avanço de 2% frente ao relatório anterior.
Em Mato Grosso, 85% do algodão produzido foi beneficiado e na Bahia, 93%. Para a safra 2020/2021, os produtores do Cerrado brasileiro começam a voltar as atenções ao cultivo da nova safra. O atraso inicial do semeio de soja preocupou produtores, mas a rentabilidade atrativa observada ao longo dos últimos meses deve resultar em redução menos expressiva da área dedicada ao algodão em relação ao esperado até então. Por enquanto, os vendedores não mostram muito interesse em novos contratos a termo, mas parte das indústrias quer fechar negócios para recebimento do algodão no primeiro trimestre de 2021. A recente recuperação da economia tem motivado agentes do setor, mas as altas de custos de produção e as incertezas sobre a dinâmica econômica do País no próximo ano acabam sendo desafios para os planejamentos.
Os contratos da Bolsa de Nova York registram alta, influenciados pela valorização do petróleo, que torna a fibra natural mais competitiva frente às sintéticas. Nos últimos sete dias, o vencimento Dezembro/2020 apresenta avanço de 3,71%, a 72,15 centavos de dólar por libra-peso. O Março/2021 registra alta de 3,1%, a 73,80 centavos de dólar por libra-peso, Maio/2021 registra aumento de 3,02%, a 74,65 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Julho/2021 apresenta alta de 2,9%, a 75,24 centavos de dólar por libra-peso. Na parcial do mês, os crescimentos desses contratos estão entre 4,7% e 5,8%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.