09/Dez/2020
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) estima que 50% da safra brasileira 2020/2021, que começa a ser plantada em alguns Estados, foi comercializada, ante média histórica de 40% para o atual período. As quedas dos futuros de algodão na Bolsa de Nova York com o baque da pandemia do novo coronavírus seguraram as vendas futuras, mas a comercialização foi retomada em agosto, quando os preços internacionais atingiram a faixa de 65,00 e 68,00 centavos de dólar por libra-peso. Assim, o produtor voltou a travar um pouco de algodão. Para o biênio 2021/2022, o setor não esperava recuperação tão rápida no consumo da pluma. A pandemia teve um efeito inesperado para o consumo de vestuário. As pessoas ficaram mais em casa e vestiram roupa com fibra natural.
O consumo de algodão acabou voltando mais rápido do que o imaginado. Não que esteja no nível que estava (pré-pandemia), mas a previsão era de um cenário pior. Não só os produtores como toda a cadeia foi surpreendida pela velocidade da retomada. Faltou fio e tecido no mercado, isso que elevou o preço da roupa. Matematicamente, faria sentido aos produtores brasileiros reduzir mais a área plantada de algodão do que os 15% projetados e migrar para a soja ou outras culturas, mas o investimento em estrutura produtiva e a perspectiva de ganhar espaço no mercado externo limitaram esse movimento. O setor não pode perder os profissionais que foram treinados e preparados para estar no processo produtivo e de beneficiamento do algodão, além do mercado que o Brasil conquistou no exterior.
O País é hoje o quarto maior produtor e o segundo maior exportador. E será o primeiro, é só uma questão de tempo. Não seria possível diminuir muito a área porque o País ficaria sem algodão para ofertar para o mercado que foi conquistado com muita dificuldade. Quanto à questão da reprogramação de embarques de algodão, uma demanda de compradores internos e externos em função das paradas em fábricas provocadas por medidas de contenção da pandemia do novo coronavírus, alguns embarques foram protelados em agosto, mas a situação já foi regularizada. Hoje, não há problemas, nem de quebra de contrato nem prejuízos para o produtor. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.