10/Dez/2020

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) lançou oficialmente, na terça-feira (08/12), o projeto Cotton Brazil para promover o algodão brasileiro e ganhar espaço em nove países do mercado asiático, que representam 88% das importações da fibra. A iniciativa, que teve investimento de R$ 5 milhões, é uma parceria da Abrapa com a Apex-Brasil e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e tem apoio do governo brasileiro. O projeto tem como epicentro o escritório da associação em Cingapura, inaugurado neste ano, e buscará divulgar a qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade do algodão brasileiro junto aos compradores. A China é o grande mercado, só que é um mercado geopolítico, tanto pode vir comprar 700 mil toneladas de algodão, como foi no ano passado, como pode comprar 200 mil.

Quando o setor foca no mercado na Ásia, não há só China, mas nove países. O Vietnã é segundo maior importador, com uma quantidade muito grande também, depois vem Bangladesh. Se a China optar por comprar mais algodão dos norte-americanos, caso os dois países reduzam os atritos comerciais, o Brasil pode direcionar mais algodão para outros destinos na Ásia. Mas, o que ocorreu no ano passado, quando o Brasil exportou 700 mil toneladas de algodão para a China, foi uma oportunidade. O mercado chinês foi aberto para o Brasil e, hoje, o algodão brasileiro está mais conhecido. As indústrias chinesas que compraram o algodão do Brasil estão querendo comprar novamente. O projeto já promoveu reuniões com embaixadores dos nove países consumidores e agora os encontros serão com associações de indústrias locais.

A indústria chinesa se preocupa muito com a questão de preço, e o algodão brasileiro é competitivo. Lógico que a relação comercial e política é importante, mas o preço é mais. O País tem algodão de qualidade e confiabilidade junto às indústrias chinesas e asiáticas. Para o mercado interno, a promoção da fibra tem sido feita por meio do Projeto Sou de Algodão, que aumentou de 72 marcas parceiras no começo de 2019 para 400 no fechamento de 2020. A Abrapa busca em 2021 levar a rastreabilidade, já adotada na produção e o beneficiamento de algodão, também para o segmento das roupas, por meio de um QR Code que permite ao consumidor consultar de onde veio a fibra usada na peça que adquire. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.