11/Dez/2020
Após os recuos recentes do dólar ante o Real, os preços do algodão no Brasil registram queda, e os vendedores se voltam novamente ao cumprimento de contratos fechados anteriormente. Com isso, a negociação da fibra voltou a ficar lenta depois de algumas semanas de ritmo mais aquecido, quando fábricas procuravam lotes para se abastecer para o fim do ano. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 3,79 por libra-peso. No mês, o Indicador acumula baixa de 5,17%. O mercado já esteve mais animado, mas agora está mais parado. Surge pouco algodão no disponível, e as ofertas que aparecem são caras. As fábricas vinham comprando a pluma com mais apetite, o que movimentou o mercado interno, enquanto exportadores consideravam os preços indicados por produtores demasiado elevados.
As exportações foram recorde em novembro, mas a maior parte do volume já havia sido contratada anteriormente. Os produtores estão cumprindo os contratos e, aos poucos, tentam negociar no disponível. Há registro de negócios pontuais a R$ 3,95 por libra-peso mais ICMS, posto em fábrica da Região Sudeste por algodão 31.4 35. Agora, alguns produtores buscam R$ 4,08 por libra-peso, para retirada em regiões produtoras, com ICMS incluso. Para exportação, a indicação de compra está entre R$ 3,50 e R$ 3,60 por libra-peso, a retirar no interior do País. Os produtores estão com boa parte da pluma 2019/2020 comprometida e agora priorizam o cumprimento dos contratos a termo, especialmente para exportação.
Esse cenário tem diminuído o interesse em novas negociações no spot, enquanto os embarques seguem intensos. Em novembro, o volume e a receita com as vendas externas foram recordes. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ao menos 37,3% da safra brasileira 2019/2020 teria sido comercializada até o dia 8 de dezembro. Nas últimas cinco safras, foram registrados, em média, 74% da produção nacional na BBM, portanto 50,4% da safra atual já poderia estar negociada. Nos dados da BBM, 34,6% da produção foi direcionada ao mercado interno, 51,4% à exportação e 14,1% em contratos flex (exportação com opção para mercado interno).
Para negociação antecipada das próximas safras, saíram negócios há duas semanas de algodão 31.4 36 FOB no Porto de Santos (SP) por 100 a 150 pontos acima do vencimento dezembro de 2021 e 200 pontos acima do vencimento dezembro de 2022. Os produtores têm feito negócios para 2021. Para 2022, o ritmo ainda está fraco. As indicações atuais estão na faixa de até 150 pontos acima de dezembro/2021 e 100 pontos acima de dezembro/2022. Os produtores estão capitalizados após terem comercializado a safra de soja a preços remuneradores e não têm pressa de vender o algodão, embora não também não tenham necessidade de carregá-lo por muito tempo, uma vez que os preços internacionais da fibra estão mais atrativos do que logo após o primeiro baque da pandemia do novo coronavírus. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.