ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Dez/2020

Preços do algodão sofrendo leves baixas no Brasil

A proximidade do final do ano e o foco nos cumprimentos de contratos a termo têm mantido lentas as negociações envolvendo o algodão em pluma no mercado spot. Do lado da demanda, boa parte das empresas já havia garantido o recebimento da pluma para dezembro. Para entrega a partir de janeiro de 2021, verificam-se alguns fechamentos, mas acabam sendo limitados pela disparidade entre os preços de compradores e vendedores. Quanto às exportações, o ritmo continua aquecido. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em apenas nove dias úteis de dezembro, foram embarcadas 158,8 mil toneladas de pluma, com média diária de 17,6 mil toneladas, 33% acima das 13,2 mil toneladas de um ano atrás. Caso esse ritmo se mantenha até o encerramento do mês, o volume exportado em dezembro pode somar 388 mil toneladas, um novo recorde.

O preço médio de dezembro, em dólar está em 69,13 centavos de dólar por libra-peso, 4,6% menor que o preço médio de dezembro/2019 (72,45 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, a média está em R$ 3,54 por libra-peso (considerando-se o dólar de R$ 5,13), elevação de 19% sobre dezembro/2019 (R$ 2,97 por libra-peso e 8,5% abaixo da verificada no spot nacional atualmente (Indicador). No mercado interno, a disponibilidade de pluma segue baixa, mas, ainda assim, acima da demanda, o que tem resultando em quedas nos preços. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 2,5%, cotado a R$ 3,80 por libra-peso. Na parcial do mês, a queda é de 5%, mas ainda está 10,3% acima da paridade de exportação, motivo pelo qual as tradings têm participado mais ativamente no mercado doméstico.

Aqui ressalta-se que, diante de processo visando melhoria contínua, a partir de 14 de dezembro, o Indicador passou a ser calculado pelo Cepea tendo-se como taxa de desconto do prazo de pagamento a CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e não mais a NPR (Nota Promissória Rural). Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até o dia 10 de dezembro, o beneficiamento da safra 2019/2020 chegou a 95% da produção estimada, avanço de 3% frente ao relatório anterior. Em Mato Grosso, o beneficiamento representou 94% da produção, e na Bahia, 98%. Até o dia 10 de dezembro, a semeadura da temporada 2020/2021 estava em 6%. Na Bahia, a área semeada chegou a 21%; em Goiás, em 39%; em Minas Gerais, 20%; em Mato Grosso do Sul, 39%; em São Paulo, 33%; em Tocantins, 21%, e no Paraná, em 25%. Em Mato Grosso, parte dos produtores ainda se prepara para iniciar as atividades após o vazio sanitário.

Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 10 de dezembro indicam que a área na safra 2020/2021 deve somar 1,53 milhão de hectares, quedas de 2,5% na comparação com o relatório anterior e de 8,1% frente à temporada passada. A produtividade média pode recuar 3,2% em relação à safra 2019/2020, indo para 1.745 quilos por hectare. Assim, a produção nacional deve ficar em 2,67 milhões de toneladas. Vale considerar que, em Mato Grosso, houve reajuste negativo de 1,9% na área e na produção, ficando, respectivamente, em 1,13 milhão de hectares e em 1,97 milhão de toneladas. Nos últimos sete dias, o dólar oscilou, mas voltou a se valorizar frente ao Real (+0,5%), a R$ 5,11 na segunda-feira (14/12). Na parcial de dezembro, contudo, a moeda ainda se desvaloriza, 4,5%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,58 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 3,59 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os contratos registram aumento, impulsionados por estimativa indicando menores produção e estoque final para a safra 2020/2021 nos Estados Unidos. O vencimento Março/2021 está cotado a 74,67 centavos de dólar por libra-peso, alta de 3,16% nos últimos sete dias e o Maio/2021 está cotado a 75,51 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 3,07%. O contrato Julho/2021 apresenta reação de 2,95%, indo para 76,20 centavos de dólar por libra-peso, e o de Outubro/2021 tem alta de 2,25%, a 74,00 centavos de dólar por libra-peso, os maiores patamares de 2020. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 10 de dezembro, indicou que a produção mundial na temporada 2020/2021 deve cair 6,7% frente à anterior, para 24,8 milhões de toneladas. Por mais um mês, o Paquistão teve forte reajuste negativo (-10%), indo para 980 mil toneladas.

As produções na Índia e nos Estados Unidos também foram reajustadas negativamente frente aos dados de novembro, em 1,7% e 6,7%. O consumo mundial, por sua vez, está projetado em 25,18 milhões de toneladas, avanços de 13,1% em relação à safra 2019/2020 e de 1,4% no comparativo mensal. A China teve seu consumo elevado em 1,3%, a Índia, em 4,3%, e o Paquistão, em 2%. A comercialização mundial poderá ficar em 9,4 milhões de toneladas na temporada 2020/2021, com altas de 7,4% nas importações e de 5,4% nas exportações. Para a China, especificamente, as importações devem crescer 5,3% frente aos dados de novembro e ter alta expressiva de 40,1% em relação à safra 2019/2020. Neste cenário, o estoque global 2020/2021 está estimado em 21,2 milhões de toneladas, 1,9% inferior ao da safra passada e 3,9% abaixo do de novembro. Para os Estados Unidos, especificamente, houve queda de 20,9% frente aos dados de novembro e recuo de 21,4% em relação a 2019/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.