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18/Dez/2020

Têxteis: setor prevê forte recuperação em 2021

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), entidade que representa a indústria têxtil nacional, projetou um crescimento de produção que, se confirmado, permitirá ao setor recuperar toda a perda de faturamento causada pela pandemia. Porém, é importante estar alerta ao risco trazido pela reescalada dos casos de contaminação de Covid-19. Não se sabe o que uma segunda onda pode causar, como será a aplicação da vacina, mas tudo indica para uma nova fase de restrição de mobilidade. O aumento de casos de contaminações, que acontece sem uma definição do cronograma de vacinação no Brasil, agrava a sensação de incerteza, já acentuada pelas dúvidas sobre a política fiscal e de como será a transição dos estímulos emergenciais que vêm sustentando a arrancada da economia após o choque da pandemia.

Os próximos 60 ou 90 dias serão críticos não só pelas questões políticas, mas, principalmente, pelo desenrolar do recrudescimento da pandemia. Se ensejar um lockdown rigoroso de atividades comerciais e não comerciais, essas projeções terão que ser revistas. O balanço da entidade, com dados relativos ao período de janeiro a outubro, mostra queda de 11,4% da produção de manufaturas têxteis e de 29,1% dos volumes de vestuário neste ano. Apesar do desempenho negativo, explicado pelos meses de fechamento das lojas de produtos não essenciais, caso dos artigos de vestuário, a recuperação tem sido mais vigorosa do que o esperado. A previsão para 2021 é de crescimento de 8,3% dos volumes de têxteis e de 23% em vestuário, levando o faturamento somado da indústria para R$ 381 bilhões, o que significaria voltar ao patamar de 2019 (R$ 379,3 bilhões).

Ainda não está chegando ao preço final praticado no varejo o aumento nos preços das matérias-primas, como o algodão, cuja cotação em dólar já saltou, desde abril, de 53,00 centavos de dólar por libra-peso para 75,00 centavos de dólar por libra-peso. O vestuário teve, na verdade, deflação de 1,7% no acumulado desde janeiro. O motivo é que a vasta variedade de oferta permite ao setor substituir produtos para oferecer itens que caibam no bolso do consumidor. A respeito da falta de insumos que, assim como em diversos setores industriais, atingiu a indústria têxtil, a entidade informou que o quadro hoje é menos problemático do que o de dois meses atrás. A expectativa é de que o suprimento de matérias-primas deve ser normalizado até março. Houve um estresse de suprimentos, os timings (tempo de produção entre os elos da cadeia) não estavam alinhados, mas agora há uma acomodação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.