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11/Jan/2021

Cotações futuras do algodão em tendência altista

Os preços futuros do algodão subiram ao seu maior nível em dois anos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), por causa do tempo seco que reduziu a safra norte-americana e de preocupações com trabalho forçado na China que tornaram uma boa parte da produção da pluma no país inacessível a fabricantes de roupas. O contrato mais ativo do algodão atingiu 78 centavos de dólar por libra-peso na última sessão de 2020, um avanço de 55% desde o piso alcançado em 1º de abril, durante o início das ordens de lockdown nos Estados Unidos em decorrência da pandemia da Covid-19. Na sexta-feira (08/01), o primeiro vencimento em Nova York fechou cotado próximo dos 80 centavos de dólar por libra-peso. A falta de chuvas em importantes regiões produtoras reduziu as expectativas para a safra atual. O Comitê Consultivo Internacional do Algodão reduziu as estimativas para a safra global em 1%.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera a menor safra doméstica em cinco anos. O clima no Texas – principal Estado produtor de algodão no país – tem sido especialmente desafiador para produtores. Mais ao leste, há chuvas demais para alguns produtores do Texas. O furacão Hanna alcançou o sul do Estado no fim de julho, causando enchentes no campo e prejudicando plantas. A aprovação e distribuição de vacinas da Covid-19 criaram expectativas de recuperação entre empresas de roupas e varejistas que sofreram durante a pandemia e lockdowns relacionados. Os lucros operacionais de lojas de departamento devem pelo menos dobrar este ano em comparação com 2020. O algodão dos EUA se tornou mais atrativo recentemente para fabricantes de tecidos que abastecem fábricas de roupas e, em última instância, varejistas de roupas. O dólar mais fraco reduziu os preços de fardos norte-americanos da fibra natural para compradores estrangeiros.

Ao mesmo tempo, boa parte da oferta global foi afetada quando, no mês passado, o governo Trump baniu algodão e produtos de algodão do principal produtor chinês por alegações de trabalho forçado na região noroeste de Xinjiang, onde Pequim tem perseguido o povo uigur, em grande parte muçulmano, como parte da maior detenção em massa de um grupo minoritário desde a Segunda Guerra Mundial. O Departamento de Segurança Interna dos EUA diz que oficiais de alfândega e proteção de fronteiras iriam confiscar embarques que contenham algodão ou produtos de algodão originários da Xinjiang Production and Construction Corps, uma organização estatal paramilitar. Xinjiang responde por 85% da produção total de algodão da China. Oficiais norte-americanos dizem que itens produzidos com trabalho forçado foram vendidos em lojas norte-americanas. A China é responsável por 40% das exportações globais de têxteis e por 30% das exportações globais de roupas, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Se uma parte expressiva do algodão chinês for proibido em lojas norte-americanas, suas indústrias devem buscar a matéria-prima em outros lugares. A China precisa originar algodão e fios de outros lugares. Uma combinação entre problemas de qualidade com o algodão de outros países, como a Índia, e o acordo para comprar mais produtos agrícolas norte-americanos deve fazer a China procurar produtores dos EUA. A China se comprometeu a comprar 4,1 milhões de fardos de algodão norte-americano durante o atual ano comercial, que começou em agosto passado. Isso representa 50% a mais do que o volume que o país comprou de produtores dos EUA antes de as duas nações assinarem a "fase 1" do acordo comercial em janeiro de 2020. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.