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22/Jan/2021

Preços do algodão firmes com demanda aquecida

Os preços de algodão no mercado disponível do Brasil continuam firmes. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias acumula alta de 16% no mês. Na segunda-feira (18/01) e na terça-feira (19/01), o Indicador havia batido recordes nominais, a exemplo do que ocorreu na semana passada, considerando toda a série história desse produto, iniciada em julho de 1996. A demanda de fábricas neste começo de ano e preços futuros acima de 81,00 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York mantêm as cotações sustentadas no Brasil. As indústrias estão voltando às compras para repor estoques neste começo de ano. É uma época que costuma ter procura maior do que a oferta e, neste ano, isso aconteceu novamente. Além disso, para os futuros na Bolsa de Nova York, a vacinação pelo mundo tem dado suporte a mercados como o algodão. A indústria tem demanda, e a oferta está restrita, porque o comprador interno está competindo com o mercado de exportação. Após recordes de venda externa em novembro e dezembro, o volume embarcado até o momento em janeiro também é elevado.

As exportações de algodão nas duas primeiras semanas deste mês já somam 200,46 mil toneladas, ante 308,84 mil toneladas em todo o janeiro do ano passado. A média diária de embarques está 42,80% maior do que igual período de 2020. Tudo isso tem deixado produtor com um fluxo de caixa confortável, atento a oportunidades, já que ainda existe volatilidade cambial. As indicações de compra de indústrias das Regiões Sul e Sudeste estão perto do Esalq, de R$ 4,43 por libra-peso, mais ágio conforme a qualidade. Os vendedores brasileiros seguem firmes nos valores indicados para novas negociações e focados no cumprimento dos contratos a termo, especialmente os direcionados ao mercado internacional. Enquanto isso, na ponta compradora, as indústrias estão mais cautelosas em elevar propostas e/ou adquirir lotes nos valores atuais, apontando dificuldades em repassar novos custos aos seus produtos. Ainda assim, os compradores com necessidade imediata cedem nos valores pagos, ainda que para pequenos volumes.

A cotação nacional estava acima da paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), a R$ 4,03 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e a R$ 4,04 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. A firmeza dos preços de agora em diante dependerá do comportamento do câmbio e de quanto os futuros reagirão a preocupações com oferta nos Estados Unidos e na América do Sul. Existe uma possibilidade da Bolsa de Nova York subir mais. Assim, a paridade de exportação dá suporte ao mercado interno, aliada a uma demanda aquecida. Com o plantio da 1ª safra em curso no País, a semeadura da 2ª safra também começou em algumas áreas, após as primeiras áreas colhidas de soja. Embora as chuvas tenham se regularizado na Região Centro-Oeste, os volumes ainda estão abaixo da média histórica, situação que, se persistir, pode afetar o desenvolvimento das lavouras da fibra. Para o segundo semestre, as negociações começam a se acelerar para o mercado interno na modalidade a fixar.

Alguns produtores querem travar a fixar em Esalq, por não saberem ainda qual vai ser o preço correto mais adiante, e a indústria que tem interesse em garantir alguma coisa de recebimento também acaba aceitando esse tipo de operação. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou que a semeadura do algodão no Estado para a safra 20/21 ainda está em ritmo lento. Os trabalhos a campo alcançaram 9,27% das áreas até o dia 15 de janeiro, avanço de 6,16% em relação à semana anterior. A postergação no cultivo da soja influenciou para que os trabalhos nas lavouras ficassem atrasados 18,82% em relação ao mesmo período da safra 2019/2020 e 20,57% em relação à média dos últimos cinco anos. Entre as regiões de Mato Grosso, a sudeste é a mais adiantada, com 17,08% da área já cultivada. Ademais, é importante destacar que a maior parte das áreas ainda terá que aguardar a colheita da soja, o que preocupa os produtores, já que os trabalhos nas lavouras de soja estão atrasados em 5,07% em relação ao mesmo período da safra passada. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.