27/Jan/2021
O dólar se mostra bastante valorizado frente ao Real desde o início de 2020, registrando picos em maio e outubro daquele ano. Na parcial de janeiro, a moeda norte-americana registra média de R$ 5,34, 28,8% superior à observada em janeiro de 2020. Nessa mesma comparação, os preços do algodão na Bolsa de Nova York avançaram 15,4%, e o Índice Cotlook A, quase 10%. Esse cenário resulta em aumento da receita com as exportações, mas também dos gastos com as importações. Na parcial de janeiro/2021, enquanto a pluma é negociada no mercado doméstico a R$ 4,26 por libra-peso, a paridade de exportação base FOB no Porto de Santos (SP) está em R$ 4,03 por libra-peso. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 18 a 22 de janeiro, a paridade de importação CIF São Paulo, com operação de drawback, esteve em R$ 5,29 por libra-peso.
Diante desse contexto e do amplo excedente doméstico, os vendedores se mantêm atraídos para fechar novos negócios para exportação, ao passo que compradores tendem a priorizar as aquisições internas. Assim, a baixa oferta no spot nacional e as ofertas de vendas a preços cada dia maiores dificultam as efetivações. As partes buscam, então, se organizar via contratos a termo. Enquanto isso, as exportações brasileiras seguem firmes, mas diminuíram o ritmo na semana passada. De acordo com relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana deste mês, a média diária de exportação está em 16,4 mil toneladas, 16,9% acima da verificada em igual período do ano passado. Até o momento, as exportações já somam 246,1 mil toneladas, representando 79,7% de todo o volume de janeiro do ano passado, quando foram escoadas 308,8 mil toneladas.
O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 1,15% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,47 por libra-peso, novo recorde nominal de toda a série histórica, iniciada em julho/1996. Na parcial deste mês, o avanço do Indicador é de expressivos 17,36% e está, em média, 5% acima da paridade de exportação. Na Bolsa de Nova York, os contratos foram impulsionados pela estimativa de menor oferta mundial e pela alta do petróleo, uma vez que ambos tendem a elevar a demanda pela fibra norte-americana. O vencimento Março/2021 está cotado a 82,33 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,45% nos últimos sete dias. Na mesma comparação, o vencimento Maio/2021 apresenta avanço de 1,5%, indo para US$ 83,30 centavos de dólar por libra-peso; o de Julho/2021 tem valorização de 1,57%, a 84,14 centavos de dólar por libra-peso, e o de Outubro/2021, 1,25%, a 80,48 centavos de dólar por libra-peso.
Vale considerar que, no dia 21 de janeiro, os contratos foram negociados nos valores máximos desde as respectivas aberturas. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,27 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 4,28 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) divulgou que, até o dia 21 de janeiro, a semeadura da temporada 2020/2021 estava, em média, de 36% da área esperada. Na Bahia, a área semeada chegou a 89%; em Mato Grosso, a 16%; em Goiás, a 77%; em Minas Gerais, a 86%; em Mato Grosso do Sul, a 97%; no Maranhão, a 78%, em São Paulo, a 93% e em Tocantins, a 89%. A semeadura já foi finalizada no Piauí e no Paraná. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.