ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

28/Jan/2021

Preços do algodão estão firmes no mercado interno

As negociações de algodão no mercado disponível brasileiro continuam ocorrendo a preços firmes. Indústrias, contudo, estão mais cautelosas nas compras, de olho em uma possível dificuldade de repassar as altas recentes da matéria-prima para novos contratos de fios. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 4,55 por libra-peso, na quarta alta consecutiva. O Indicador acumula avanço de 19,59% no mês. Têm saído negócios, mas fábricas estão um pouco recuadas porque a alta de preço do algodão assustou. Ainda não há muita clareza sobre a direção futura do mercado em virtude da volatilidade dos futuros e do câmbio. E, apesar da safra volumosa de 2019/2020, não surgem muitas ofertas. No meio de uma safra tão grande, não tem um expressivo excedente que crie pressão de venda. Está tendo mais pressão de compra do que de venda.

Não há sobra de mercadoria para o mercado interno, e isso está dando sustentação para o preço. Os vendedores seguem atraídos para fechar novos negócios para exportação, ao passo que compradores tentam atrair lotes para consumo doméstico. A baixa oferta no spot nacional, e as ofertas de vendas a preços cada dia maiores dificultam as efetivações. As partes buscam, então, se organizar via contratos a termo. De algodão 41.4 com bom HVI, há registro de negócios a R$ 4,55 por libra-peso. Os compradores já começam a ter um pouco de dificuldade de transferir o preço para o fio. Até agora, conseguiram repassar com sobra porque tinha pouco produto no mercado. Mas, já começa a haver alguma resistência do comprador de fio. Ainda assim, no curto prazo, não deve haver grandes mudanças.

Para algodão de qualidade inferior, a indicação está na faixa de R$ 4,32 por libra-peso. Há um spread grande entre a fibra de qualidade mais alta e mais baixa. O algodão premium está escasso. Enquanto isso, as exportações do Brasil seguem aquecidas. Até a terceira semana do mês, os embarques somavam 246,1 mil toneladas, representando 79,7% de todo o volume de janeiro do ano passado, quando foram escoadas 308,8 mil toneladas. A exportação tinha que acontecer, caso contrário iria sobrar muito algodão. A questão é a capacidade que tradings mostraram de viabilizar a exportação em termos de embarque. Até esta semana, tradings vinham direcionando o algodão principalmente para venda ao exterior, mas houve registro de negócios na terça-feira (26/01) de exportadores para indústrias a R$ 4,55 por libra-peso. Na quarta-feira (27/01), entretanto, com a reação do dólar, ainda que a Bolsa de Nova York tenha seguido em baixa, já não havia interesse de trading de ofertar algodão internamente.

Os produtores apresentam algodão para venda no País a valores pouco abaixo dos praticados por multinacionais. Os produtores querem que as tradings exportem para não concorrerem com ele no mercado interno. Durante a entressafra, não deve faltar algodão, mas uma queda nos preços só ocorreria em caso de duas situações. A primeira delas é a possibilidade de uma desvalorização forte do dólar. A segunda seria uma recessão no primeiro e segundo trimestres que ocasionasse recuo expressivo nas vendas no varejo. Sem essas duas situações, os preços têm sustentação. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em baixa nesta quarta-feira (27/01). O mercado foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros. O vencimento março da pluma recuou 87 pontos (1,06%) e fechou a 80,84 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.