10/Fev/2021
Os preços internos do algodão em pluma seguem atingindo novos recordes nominais, mas a intensidade do movimento de alta está enfraquecida nos últimos dias. Isso porque os valores domésticos se distanciaram dos da paridade de exportação, o que tem afastado os compradores do spot nacional e deixado os vendedores um pouco mais flexíveis, mesmo os que estão com o foco no cumprimento de contratos com o mercado externo. De qualquer forma, o avanço nos preços foi intenso nas primeiras semanas de 2021, quando compradores estiveram mais ativos, e os valores internacionais, em alta. Enquanto em todo o segundo semestre de 2020 o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 40%, neste início de ano (de 30 de dezembro/2020 a 8 de fevereiro/2021), o aumento é de 22,3%, cotado a R$ 4,66 por libra-peso.
No dia 5 de fevereiro, especificamente, o Indicador atingiu R$ 4,68 por libra-peso, o maior patamar nominal da série histórica desse produto, iniciada em julho de 1996. Nos últimos sete dias, o Indicador registra alta de 2%, ficando, em média, 12,4% acima da paridade de exportação. Neste início de fevereiro, a liquidez está menor, prevalecendo as aquisições “da mão para a boca” no spot nacional. As indústrias se mostram preocupadas com o repasse das valorizações da pluma aos produtos finais. Mesmo assim, o volume ofertado permanece inferior ao demandado. A maioria dos produtores está com boa parte da produção comprometida, e novos contratos seguem sendo efetivados aos mercados interno e externo e envolvendo os produtos das safras passada (2019/2020), atual (2020/2021) e da próxima (2021/2022).
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) informou que, até o dia 4 de fevereiro, a semeadura da temporada 2020/2021 estava, em média, em 70% da área esperada, avanço de 21% frente à semana anterior. Na Bahia, a área semeada chegou a 95%; em Mato Grosso, a 60%; em Goiás, a 96%; em Minas Gerais, a 88%; em Mato Grosso do Sul, a 99%; em São Paulo, a 99%, e no Tocantins, a 95%. Lembrando que a semeadura já foi finalizada no Piauí, no Maranhão e no Paraná. Em Mato Grosso, especificamente, o atraso na colheita da soja tem preocupado os agentes, tendo em vista que a semeadura da 2ª safra de algodão pode ocorrer fora da janela ideal. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicou, em relatório divulgado no dia 5 de fevereiro, que apenas 11,2% da área cultivada com soja havia sido colhida, contra 44,51% no mesmo período de 2020 e 32,53% na média dos últimos cinco anos.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,25 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 4,26 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Principalmente devido ao aumento do petróleo, o algodão está se valorizando nos Estados Unidos, com os contratos futuros passando a ser negociados nos maiores patamares desde suas respectivas aberturas. Assim, na Bolsa de Nova York, o vencimento Março/2021 apresenta valorização de 4,5% nos últimos sete dias, a 84,28 centavos de dólar por libra-peso. Na mesma comparação, o contrato Maio/2021 registra alta de 4,6%, indo para 85,60 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2021 acumula avanço de 4,41%, a 86,43 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2021, alta de 4,43%, cotado a 82,72 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.