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19/Fev/2021

Exportações aquecidas sustentam preço do algodão

As cotações do algodão em pluma seguem avançando no mercado brasileiro, sustentadas pelas altas nos valores internacionais e pelo bom ritmo das exportações. Além disso, incertezas sobre o tamanho da nova safra e o fato de um bom volume desta próxima temporada já estar comprometido também afastam os vendedores e reforçam o movimento de elevação nos preços internos. Do lado comprador, os agentes estão preocupados com o repasse dos custos aos elos a jusante da cadeia têxtil e, com isso, buscam ampliar o prazo para pagamento. Vale considerar que os preços de têxteis tiveram queda no mercado varejista em 2020, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, fechou a R$ 4,76 por libra-peso no dia 12 de fevereiro, renovando a máxima nominal da série histórica do Cepea, iniciada em julho de 1996. Na parcial do mês, a elevação é de 4,2%, e no ano, de 25%. A média de fevereiro do Indicador está 11,6% acima da paridade de exportação.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,27 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,28 no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os contratos da Bolsa de Nova York também seguem em alta, diante do contínuo avanço do preço do petróleo no mercado internacional. Todos os contratos de 2021 renovaram, na terça-feira (16/02), as máximas desde suas respectivas aberturas. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório divulgado na quinta-feira (11/02), a safra 2020/2021 será ainda menor que a estimada anteriormente. A área semeada poderá cair 4,7% frente ao considerado em janeiro e 13,1% em relação à safra anterior, somando 1,45 milhão de hectares. A produtividade é estimada em 1.743 quilos por hectare de algodão em pluma, 3,3% abaixo da temporada 2019/2020. Assim, a produção é prevista em 2,52 milhões de toneladas de algodão em pluma, 16% menor que a anterior.

Para Mato Grosso, a área cultivada deve ser de 1,03 milhão de hectares, sendo 11,5% menor que a safra 2019/2020. A produtividade considerada é 2,8% abaixo da temporada passada, a 1.750 quilos por hectare de algodão em pluma, levando a produção para 1,81 milhão de toneladas (-14% ante a temporada anterior). Para a Bahia, espera-se que a área da safra 2020/2021 some 266 mil hectares (-15,2% frente a 2019/2020). A produtividade prevista é de 1.800 quilos por hectare de algodão em pluma, e a produção, de 478,8 mil toneladas, 19,8% menor que a da safra anterior. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) divulgou que, até o dia 11 de fevereiro, o cultivo da temporada 2020/2021 estava, em média, em 86% da área esperada, avanço de 16% frente à semana anterior. Na Bahia, a área semeada chegou a 98%; em Mato Grosso, a 81%; em Minas Gerais, a 94%; em Mato Grosso do Sul, a 99%, e em Tocantins, a 98%. Os trabalhos de semeadura foram finalizados em Goiás, Maranhão, Piauí, São Paulo e no Paraná.

Em relatório divulgado no dia 9 de fevereiro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que a produção mundial na temporada 2020/2021 deve cair 6,5% frente à anterior, para 24,85 milhões de toneladas. Somente para a China prevê-se crescimento, agora estimado em 6,4%, para 6,3 milhões de toneladas de algodão em pluma. O consumo global pode aumentar 14,2%, para 25,52 milhões de toneladas. Estimam-se crescimentos nas demandas dos sete maiores consumidores mundiais, que representam 84% do total agregado. Com isso, as transações entre países poderão somar 9,6 milhões de toneladas na temporada 2020/2021, com altas de 7,9% nas importações e de 6,4% nas exportações, puxadas pelas maiores compras da China, do Paquistão e do Vietnã. Com consumo maior que a oferta, o estoque global da temporada 2020/2021 deve ser pressionado em 3,2%, para 20,84 milhões de toneladas, reduzindo a relação estoque final/consumo para 81,7%, bem menor que os 96,4% da temporada 2019/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.