ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Fev/2021

Preços do algodão atingem novo recorde nominal

Os preços do algodão no disponível voltaram a atingir recorde nominal na quarta-feira (24/02). O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias superou o patamar de R$ 5,00 por libra-peso pela primeira vez na série histórica, que começa em julho de 1996, fechando a R$ 5,02 por libra-peso nesta data, alta de 9,87% no acumulado do mês. Os preços no País vêm sendo sustentados por altas recentes dos futuros, dólar ainda acima de R$ 5,40 e prêmios firmes refletindo a necessidade de compradores. Na Bahia, os estoques da safra 2019/2020 estão terminando. Mesmo assim, alguns acordos foram fechados no Estado por 100 pontos acima do contrato maio da fibra na Bolsa de Nova York. Como as fábricas não costumam adquirir grande volume antecipadamente, seguem comprando da mão para a boca na entressafra.

Muitas indústrias estão compradas até junho, mas a maioria não está e ainda precisa repor seu estoque. Também há demanda de tradings no disponível, mas essas têm mais volume adquirido anteriormente para cumprir contratos de exportação. O Brasil já exportou na atual temporada, de agosto a fevereiro, 1,56 milhão de toneladas, de uma safra estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 1,802 milhão de toneladas. O Indicador permanece acima da paridade de exportação. Na parcial deste mês, o Indicador superava em 10,5% a paridade, a maior diferença registrada desde fevereiro de 2019, quando estava 12,2% acima. Na segunda-feira (22/02), a paridade de exportação, na condição FAS (Free Alongside Shipe), fechou a R$ 4,52 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e a R$ 4,53 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), alta de 8,3% para ambos na parcial de fevereiro.

Os preços tendem a se manter firmes no Brasil, sustentados pelos altos patamares dos valores internacionais e da taxa de câmbio e pela demanda internacional aquecida. Mesmo diante de uma safra recorde (2019/2020), a elevada procura externa tem enxugado a disponibilidade de pluma no mercado doméstico, embasando a postura firme de vendedores quanto aos preços. O mercado estima que reste em torno de 250 mil toneladas no Brasil da safra 2019/2020 ainda por negociar no disponível. Se considerar que o consumo interno está faixa de 60 mil toneladas por mês e não tiver que exportar nada desse volume, vai dar para chegar na safra. Os preços continuarão acompanhando o comportamento de futuros, do dólar e a necessidade de compradores. Historicamente, quando a Bolsa de Nova York sobe, o basis cai. Mas, devido à demanda, o basis não está cedendo.

Para negociação futura das safras 2020/2021 e 2021/2022, têm saído negócios de algodão na Bahia por 250 pontos acima dos contratos dezembro de 2021 e de 2022 na ICE FOB no Porto de Santos (SP). A estimativa é de que 80% da safra baiana 2020/2021, que está em desenvolvimento, já esteja comercializada. Para 2021/2022, o percentual negociado deve estar em torno de 35%. Como ainda não há certeza sobre a área a ser plantada em 2021/2022, o percentual é calculado em cima de uma área similar à semeada na atual safra. Na Bahia, 90% da safra foi plantada dentro da janela ideal, entre o fim de novembro e 15 de dezembro, e ocorreram casos pontuais de replantios. De novembro até agora, a região recebeu em torno de 900 mm de chuva, o que é favorável ao algodão, e a expectativa é de que esse total chegue a 1.250 mm até maio. As condições das lavouras estão excepcionais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.