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05/Mar/2021

Preço do algodão cai após sequência de 14 altas

Os preços do algodão no disponível bateram novos recordes ao longo da semana, mas, especificamente, na quarta-feira (03/03) recuaram, acompanhando a queda dos futuros na Bolsa de Nova York e do dólar ante o Real. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias registrou queda de 0,07% na comparação diária, para R$ 5,21 por libra-peso, após uma sequência de 14 altas seguidas. O Indicador acumula alta de 3,08% no mês, depois de fechar fevereiro com ganho de 10,72%. A negociação segue em ritmo lento e os preços estão subindo. Com a pandemia, o comércio é afetado pelo “abre e fecha” e as negociações são pontuais. Os compradores atuantes no mercado indicam entre R$ 5,22 por libra-peso e 300 pontos acima do vencimento maio da Bolsa de Nova York. A demanda vem principalmente do mercado interno, com exportadores embarcando os volumes recebidos previamente. As exportações brasileiras de algodão somaram 235,5 mil toneladas em fevereiro, 38,6% mais do que em igual mês de 2020, quando foram embarcadas 169,9 mil toneladas do produto.

Os preços ainda firmes na ICE e o dólar acima de R$ 5,60 vêm sustentando as cotações no Brasil, mas a demanda também está aquecida, porém sempre com compras pontuais. Por ora, as indústrias têm conseguido repassar a alta da matéria-prima para fios e tecidos. Persistem, contudo, incertezas relacionadas ao efeito das medidas para conter a Covid-19 sobre produção e demanda. Para a negociação antecipada da safra 2021/2022, as indicações de compra registram queda, para a faixa de 100 a 200 pontos acima do vencimento dezembro da Bolsa de Nova York. Por outro lado, os vendedores estão mais retraídos, por já terem negociado bons volumes e em virtude das preocupações com a safra. Com o atraso de plantio, a preocupação com a produtividade e o volume que já tinha feito de venda antecipada, produtor considera arriscado vender, apesar de o mercado ter subido bastante. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) manteve a sua previsão de produção de algodão em pluma em 2020/2021 em 1,767 milhão de toneladas em Mato Grosso, queda de 16,76% ante a temporada anterior, quando o Estado produziu 2,123 milhões de toneladas.

A previsão de área plantada foi mantida em 1,012 milhão de hectares, e a de produtividade, em 4.277 quilos por hectare. Até o momento, 87,25% da área foi plantada em 2ª safra, e 12,75%, em 1ª safra. O atraso no plantio ainda é motivo de preocupação entre os produtores de Mato Grosso, visto que a maior parte das áreas foram semeadas fora da janela ideal de cultivo. O preço atrativo motivou alguns produtores a plantar a maior parte das áreas após o período considerado mais indicado para a fibra. No entanto, o atraso da semeadura nestas áreas poderá resultar em menor produtividade ou até mesmo em diminuição na qualidade da fibra. Isso dependerá, contudo, do comportamento do clima nos próximos meses. O Itaú BBA projetou preços sustentados do algodão na Bolsa de Nova York ao longo dos próximos meses, na esteira da perspectiva de balanço de oferta e demanda global apertado na safra 2020/2021, diante de uma combinação de retração da produção global e aceleração da demanda.

As primeiras projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2021/2022 indicam mais um ano de déficit global, mesmo assumindo um crescimento da produção no mundo de 4,7%, estimulada pelos preços remuneradores. Esse cenário ocorre porque a demanda mundial deve continuar aumentando. A expectativa de crescimento da demanda se apoia na aceleração do crescimento econômico global com redução dos impactos da pandemia. Tal cenário deve impulsionar a demanda pela pluma e influenciar positivamente as cotações do petróleo, que, por sua vez, tendem a aumentar os preços da fibra sintética, substituta ao algodão. No Brasil, as cotações tendem a seguir os preços internacionais e continuar firmes nos próximos meses. Altas adicionais poderão ocorrer caso observemos intempéries que afetem o desenvolvimento da safra local, que, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tem uma área plantada 13,1% inferior à safra 2019/2020. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.