10/Mar/2021

O enfraquecimento nos preços internacionais e a consequente queda na paridade de exportação vêm limitando o movimento de alta nos valores internos do algodão em pluma no Brasil. Ainda assim, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 2,22% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,17 por libra-peso. O maior valor nominal da série do Cepea foi registrado no dia 4 de março, quando atingiu R$ 5,22 por libra-peso. Nestes primeiros dias do mês de março, o Indicador esteve, em média, 10,1% acima da paridade de exportação. Quanto aos negócios, estão lentos. O fechamento do comércio em algumas regiões do País, devido ao endurecimento das medidas para contenção da Covid-19, especialmente em São Paulo, deixou os agentes de indústrias cautelosos para novas aquisições e preocupados com o desempenho das vendas.

Vale considerar que parte das empesas já alegava dificuldade nos repasses das altas da matéria-prima antes mesmo do fechamento do comércio de bens não essenciais. Do lado vendedor, os produtores permanecem firmes nos valores pedidos e seguem com as atenções voltadas aos carregamentos de contratos a termo. Rm algumas regiões, principalmente de Mato Grosso, as chuvas dificultam a colheita da soja e os embarques de algodão. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indica que a área de algodão em 2020/2021 no País recuou 16% frente à safra anterior, e o cultivo foi praticamente finalizado. Os comerciantes, por sua vez, estão cuidadosos em realizar novos fechamentos, optando por fazer vendas “casadas” e/ou apenas compras para cumprir as programações. Tradings estão ativas na compra e, principalmente, na venda.

Em alguns momentos, estes agentes ofertam lotes a preços inferiores aos indicados por produtores no mercado interno. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Na primeira semana de março, o preço médio de exportação, em dólar, esteve em 73,86 centavos de dólar por libra-peso, 1,5% maior que o preço de fevereiro/2021 (72,74 centavos de dólar por libra-peso) e 2,8% acima do valor de um ano atrás (71,85 centavos de dólar por libra-peso. Em moeda nacional, a média está em R$ 4,20 por libra-peso (considerando-se o dólar médio de R$ 5,69), elevações de 6,6% sobre o mês anterior e de expressivos 19,5% frente a março/2020 (R$ 3,51 por libra-peso). Esse preço está 19% inferior ao verificado no spot nacional (Indicador). Em apenas cinco dias úteis, o Brasil já exportou 60,07 mil toneladas de algodão, o equivalente a 43% do embarcado em todo o mês de março/2020 (140 mil toneladas).

A média diária dos embarques está em 12 mil toneladas em março/2021, quase o dobro da verificada há um ano, de 6,4 mil toneladas. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,65 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,66 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os contratos da Bolsa de Nova York estão oscilando nos últimos dias. O vencimento Maio/2021 registra desvalorização de 0,57% nos últimos sete dias, para 88,32 centavos de dólar por libra-peso, e o Julho/2021, 0,47%, para 89,29 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2021 está cotado a 85,79 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,72%, e o Dezembro/2021, a 85,34 centavos de dólar por libra-peso, aumento de 1,2% no período. O contrato Março/2021 registra recuo de 1,2% nos últimos sete dias, cotado a 86,77 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.