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19/Mar/2021

Preços do algodão recuam com a menor demanda

O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias registrou sete quedas seguidas e passou a apresentar queda acumulada no mês, de 1,75%. Após bater o mais recente recorde nominal, de R$ 5,22 por libra-peso no dia 4 de março, os preços passaram a registrar baixas intercaladas com altas, mas nesta semana o Indicador passou a ceder com mais intensidade. Na quarta-feira (17/03), fechou com baixa de 1,07%, a R$ 4,97 por libra-peso. A desvalorização do dólar ante o Real, a retração de indústrias diante da incerteza sobre vendas no varejo e mais ofertas de tradings e comerciantes no mercado interno vêm pressionando as cotações. Os futuros de algodão na Bolsa de Nova York reagiram na última semana após perdas recentes, mas ainda acumulam queda de 2,65% no mês de março. Após a elevação acentuada do Esalq, as indústrias vinham comprando aos poucos, e isso continuava a dar sustentação ao Indicador. Mas, as fábricas não conseguem mais repassar as altas do algodão para fiações e tecelagens.

A referência de compra está na faixa de R$ 4,90 por libra-peso, para entrega em abril e há registro de negócios a este valor (de indústrias com comerciantes). Após quedas recentes dos futuros e do dólar, tradings começaram a ofertar internamente algodão a um preço mais baixo do que os produtores, o que também contribui para frear o Esalq. Os produtores estão firmes nas indicações, mas não conseguem vender. No final da semana passada, ocorreram negócios de tradings com indústrias a R$ 5,00 por libra-peso, enquanto produtores indicavam R$ 5,10 por libra-peso ou mais. Os comerciantes começaram a desovar lotes a R$ 4,90 por libra-peso, com receio de que o preço possa cair mais com o fechamento do varejo em virtude das medidas para conter o avanço da Covid-19, pois os lockdowns vão prejudicar bastante o mercado. As fábricas têm cobertura até abril, mas não muito mais do que isso.

Contudo, há algodão suficiente para vencer a entressafra, tanto nas mãos de tradings quanto de produtores. Os acirramentos das medidas restritivas para o controle da Covid-19 no Brasil elevam as incertezas sobre o comportamento do consumidor nas próximas semanas. Diante disso, compradores de pluma estão afastados do mercado spot nacional, resultando em quedas nos valores internos. Além disso, as oscilações do dólar e o recuo nos preços da China (de acordo com a Bolsa de Zhengzhou) influenciam a paridade de exportação e reforçam a retração compradora. Muitos agentes da indústria também estão preocupados quanto a prorrogações e adiamentos de carregamentos e pagamentos. O ritmo de embarques ao exterior segue aquecido em março. O Brasil exportou 104,429 mil toneladas de algodão nos primeiros 10 dias úteis do mês. Em março do ano passado, foram 140,323 mil toneladas. A média diária de exportação, de 10,443 mil toneladas, segue acima das 6,378 mil toneladas de março de 2020. A receita obtida até o momento com os embarques totaliza US$ 171,09 milhões.

Em março de 2020, foram US$ 222,28 milhões. Contudo, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,62 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,63 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Para a safra 2020/2021, que está no campo, a negociação é lenta. Tradings estão fazendo as exportações que têm em aberto. No mercado externo, também houve retração no consumo com a pandemia na Europa. Apesar dos receios quanto ao atraso no plantio, não devem ocorrer problemas de abastecimento. Nesse caso, as exportações tendem a se ajustar ao tamanho da safra. Os produtores estão focados no desenvolvimento das lavouras da temporada 2020/2021. Com boa parte da produção já comprometida e com as exportações ainda apresentando bom desempenho, os produtores apenas avaliam as novas condições de mercado para incrementar os contratos a termo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.