30/Abr/2021
Os preços do algodão no mercado disponível registram leve queda, após uma sequência de nove altas, mas o Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, segue sustentado acima dos R$ 5,00 por libra-peso. Na quarta-feira (28/04), o Indicador estava cotado a R$ 5,18 por libra-peso. O Indicador acumula ganho de 7,89% no mês. A reabertura do comércio em vários locais do País, que levou indústrias têxteis de volta às compras, e a oferta restrita na entressafra ajudam a sustentar os preços. O volume dos embarques ao exterior ainda está alto. Em São Paulo, no período de bloqueio, as indústrias se retraíram e acabaram consumindo estoques. Agora, todos estão voltando ao mercado. Os produtores têm pouca disponibilidade de algodão de qualidade e está apresentam poucos lotes. Há mais demanda do que oferta. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de algodão somam 144,682 mil toneladas no acumulado das quatro primeiras semanas de abril, já ultrapassando as 90,561 mil toneladas de abril do ano passado.
A receita no período atinge US$ 245,89 milhões, contra US$ 141,36 milhões em igual mês de 2020. Os preços do algodão subiram com certa intensidade no mercado interno, passando a operar acima dos R$ 5,00 por libra-peso, patamar que era observado no começo de março. Ou seja, os valores atuais recuperaram as perdas observadas entre a segunda quinzena de março e os primeiros dias de abril, período que, vale lembrar, foram pressionados pela menor demanda, tendo em vista as incertezas geradas pelas novas restrições de circulação e pelo fechamento do comércio. Os vendedores mantêm posição firme e estão atentos às elevações dos valores internacionais da pluma, ao clima seco no Brasil, que pode prejudicar o desenvolvimento da nova temporada, principalmente do algodão de 2ª safra, e à semeadura nos Estados Unidos. Os compradores com necessidade imediata precisam ceder para conseguir realizar novas aquisições. O mercado tem liquidez no Esalq do dia, atualmente em torno de R$ 5,19 por libra-peso. Mesmo para algodão de qualidade inferior, os vendedores não estão aceitando deságio.
Por outro lado, ainda há fábricas à procura de algodão. O mercado tende a continuar firme com a perspectiva de retomada da economia com o avanço da vacinação, exportações aceleradas, indústrias repondo estoques e produtores capitalizados. Não tem nem espaço nem timing para se pensar em importação de algodão, e o câmbio também não permite isso. O produtor está capitalizado e provavelmente haverá algodão da safra nova em maior volume só em agosto. Para a safra 2021/2022, há registro de negócios pontuais entre R$ 4,95 e R$ 5,00 por libra-peso posto em fábricas de São Paulo e Santa Catarina. Como atrasou a janela de plantio, vai atrasar um pouco a colheita. Quem está precisando comprar não consegue fazê-lo abaixo desses níveis. Quanto à negociação antecipada para 2021/2022, os compradores indicam 300 a 400 pontos acima do vencimento dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP). Os produtores, contudo, desejam entre 450 e 500 pontos acima do mesmo contrato. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.