14/Mai/2021
Compradores e vendedores estão retraídos do mercado de algodão após o Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, ter oscilado entre altas e baixas nos últimos dias. A movimentação no disponível está mais lenta. O Esalq chegou a subir muito e o vendedor ficou retraído, na expectativa de novas altas. Mas, o Indicador recuou, aí foi comprador que saiu do mercado. O Indicador acumula baixa de 0,41% na parcial de maio. Há registro de negócios a R$ 5,15 por libra-peso, mas de volume pequeno e para atender a necessidades urgentes. Com as quedas recentes dos futuros na Bolsa de Nova York e do dólar ante o Real, muitas fábricas indicam abaixo de R$ 5,00 libra-peso. Dependendo do momento do mercado, tradings chegam a indicar até menos de R$ 4,90 por libra-peso. O preço de mercado de trading está abaixo do Esalq. O que está sustentando o Esalq é a falta de oferta. O que surge de algodão é sobra de exportação.
As exportações de algodão seguiram firmes na primeira semana de maio, com 25,915 mil toneladas embarcadas. Em maio de 2020, o País exportou 69,553 mil toneladas. Em receita, os embarques totalizaram US$ 45,10 milhões em cinco dias úteis, contra US$ 104,84 milhões em maio do ano passado. Compradores e vendedores de algodão acirraram a “queda de braço” neste início de mês. Enquanto agentes de indústrias indicam preços menores na aquisição de novos lotes, muitos vendedores se mostram resistentes. Em momentos de recuos nos preços externos e o enfraquecimento do dólar, a ponta vendedora se mostrou mais flexível, mas empresas adquiriram só o necessário para reposição de estoques ou demandas imediatas. Para a safra 2021/2022, não há indicações. Como a Bolsa de Nova York vinha caindo, os vendedores estão retraídos. Na quarta-feira (12/05), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu a previsão de produção de algodão em pluma na safra 2020/2021 de 2,49 milhões de toneladas para 2,44 milhões de toneladas.
O ajuste veio principalmente da redução da área plantada, de 1,413 milhão para 1,378 milhão de hectares, já que a perspectiva de produtividade subiu de 1.764 quilos por hectare para 1.771 quilos por hectare. A produção deve ficar 18,6% abaixo da temporada anterior. As condições climáticas ainda apresentam oscilações, especialmente em relação às chuvas, que, nesse período do ano, são mais escassas nas grandes regiões produtoras do País. No entanto, as lavouras vêm demonstrando bom desenvolvimento. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a colheita da safra 2020/2021 de algodão do Brasil começou na semana passada. Embora o ritmo se intensifique em junho, os produtores de São Paulo e do Paraná já iniciaram os trabalhos. Quarto maior produtor mundial da fibra, o Brasil finaliza a colheita em setembro. Na safra 2021/2022, a Abrapa estima que o volume produzido será de 2,41 milhões de toneladas de pluma. Se confirmado, o número corresponderá a um recuo de 20% em relação ao ciclo 2019/2020 em consequência, principalmente, de uma área plantada 17% menor, de 1,35 milhão de hectares.
A produtividade deve cair 2% na mesma base de comparação, para 1.794 quilos por hectare de pluma. Em Mato Grosso, Estado que historicamente contribui com 70% da produção nacional da fibra, o plantio foi protelado pelo atraso no ciclo da soja, e a expectativa é de que a colheita se inicie somente no fim de junho. Há duas preocupações, agora, na lavoura. A primeira é com as condições climáticas, porque a janela ideal de desenvolvimento das plantas foi reduzida. Além disso, é preciso estar atento ao controle fitossanitário das plantas. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Mato Grosso negociou, até abril, 77,32% da produção de algodão da safra 2020/2021, avanço de 9,39% em relação a março, O preço médio da fibra se valorizou 17,31% em abril ante março, alcançando o recorde de R$ 157,87 por arroba, na média. Com as lavouras apresentando desenvolvimento satisfatório até o momento, o produtor conseguiu negociar um maior volume da sua produção aguardada.
Com relação à safra 2021/2022, a comercialização da pluma alcançou 25,29% da produção, avanço mensal de 7,95% ante março. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a previsão de estoque final da safra 2020/2021 do país de 849.108 toneladas para 718.476 toneladas. O governo norte-americano cortou a estimativa de produção de 3,20 milhões de toneladas para 3,18 milhões de toneladas. A previsão de exportação subiu de 3,43 milhões de toneladas para 3,54 milhões de toneladas. O USDA também projetou a produção do país em 2021/2022 em 3,70 milhões de toneladas. O relatório de oferta e demanda de maio é o primeiro mensal a trazer as previsões para a safra 2021/2022, que está sendo plantada. O estoque final foi projetado em 674.932 toneladas, abaixo da previsão para a safra 2020/2021. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.