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19/Mai/2021

Tendência é de preços firmes do algodão no Brasil

A disputa sobre preços entre compradores e vendedores permanece acirrada no mercado de algodão em pluma. Dessa forma, os fechamentos continuam envolvendo lotes de pequenos volumes para atender às necessidades imediatas e/ou para o cumprimento de contratos. Quanto aos preços, estão oscilando nos últimos dias, ora prevalecendo a posição firme de produtores, ora predominando os menores valores ofertados por indústrias para novas aquisições no spot. De modo geral, no entanto, os valores estão firmes. O Indicador CEPEA/ESALQ registra leve aumento de 0,27% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,20 por libra-peso. Na parcial do mês, a alta é de apenas 0,58%. O Indicador está, em média, 20,7% acima da paridade de exportação no mesmo período, a mesma vantagem registrada em maio de 2018. Os produtores têm disponibilizado poucos lotes no mercado e estão firmes nos valores pedidos, pois estão capitalizados e atentos ao desenvolvimento das lavouras da safra 2020/2021, especialmente no Cerrado.

Vale considerar que a preocupação com o clima seco continua em algumas regiões brasileiras, e os agentes monitoram as previsões de chuva, principalmente em áreas de 2ª safra. Tradings seguem colocando lotes no spot a preços menores, mas a oferta também é limitada. Além disso, players continuam acompanhando a diminuição dos estoques nacionais e internacionais. Do lado comprador, parte das empresas segue utilizando a matéria-prima contratada e/ou de programações ainda a receber. As indústrias estão preocupadas com o repasse dos atuais preços para seus derivados. Além disso, parte delas posterga as compras, na expectativa de preços menores, e aproveita para “desovar” o estoque de produtos acabados. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,12 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,14 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. O dólar apresenta valorizou 0,67% frente ao Real nos últimos sete dias.

Os contratos da Bolsa de Nova York registram queda nos últimos sete dias, pressionados pelo recuo no valor do petróleo no mercado internacional, o que tende a estimular a demanda pela fibra sintética. O vencimento Julho/2021 tem recuo de 6,95%, cotado a 82,32 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2021 está cotado a 82,29 centavos de dólar por libra-peso (-5,88%), o Dezembro/2021, a 81,71 centavos de dólar por libra-peso (-5,10%), e o Março/2022, a 81,35 centavos de dólar por libra-peso (-4,83%). Em relatório divulgado no dia 12 de maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a área de algodão na safra 2020/2021 deve somar 1,38 milhão de hectares, recuo de 17,2% sobre a de 2019/2020. A produtividade é estimada em 1.771 quilos por hectare, 1,7% menor que a da temporada anterior. Como resultado, a produção deve ser de 2,442 milhões de toneladas, retração de 18,6% frente à safra 2019/2020. Vale considerar que, desde a primeira estimativa divulgada pela Conab, em outubro/2020, a produção 2020/2021 já caiu 13,3%, pressionada pela redução de 14,6% na área cultivada.

A disponibilidade interna deve totalizar 4,208 milhões de toneladas, ao se acrescentar o estoque inicial à estimativa de produção. Deste total, em 2021, o consumo interno deve absorver 680 mil toneladas, e as exportações podem somar 2,2 milhões de toneladas, sendo que o volume embarcado aumentou 7,2% frente aos dados de abril/2021 e 4,7% na comparação com o estimado na safra 2019/2020. Assim, o estoque final em dezembro/2021 pode ser de 1,3 milhão de toneladas, 12% menor que o projetado no relatório do mês passado e 26% inferior ao registrado em dezembro/2020 (1,765 milhão). Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados no dia 12 de maio indicam que a produção mundial 2020/2021 está estimada em 24,6 milhões de toneladas, 6,8% menor que a anterior. O consumo deve somar 25,56 milhões de toneladas, aumento de 14% frente ao da safra 2019/2020. As transações entre os países poderão totalizar 10 milhões de toneladas em 2020/2021, com altas de 13% nas importações e de 11,5% nas exportações se comparadas às da safra 2019/2020.

Assim, o estoque mundial da temporada 2020/2021 deve ser de 20,28 milhões de toneladas, queda de 4,8% frente à safra passada. Para a temporada 2021/2022, a primeira previsão do USDA aponta produção de 26 milhões de toneladas, 5,6% superior ao volume da safra anterior, sendo que a do Brasil, especificamente, deve aumentar em 15,2%, para 2,89 milhões de toneladas. O consumo global 2020/2021, por sua vez, pode crescer 3,5%, indo para 26,45 milhões de toneladas, o maior em quatro anos, à medida que os impactos da pandemia sejam reduzidos. Já a comercialização deve ser de 9,9 milhões de toneladas (-1,1% nas importações e -1,5% nas exportações), sendo que os Estados Unidos e o Brasil podem reduzir os embarques, respectivamente, em 9,5% e 15,9%. Dessa forma, o estoque mundial foi estimado em 19,8 milhões de toneladas, 2,3% abaixo do da safra 2020/2021 e o menor volume em três temporadas. Quanto ao preço médio da temporada 2021/2022 nos Estados Unidos, está previsto em 75,00 centavos de dólar por libra-peso, 0,07 centavos de dólar por libra-peso acima do verificado na safra 2020/2021 (68,00 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.