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20/Mai/2021

Preços oscilam e comercialização é apenas pontual

As negociações de algodão avançam pouco no mercado disponível brasileiro nesta semana, e os preços oscilam entre altas e baixas. As indústrias adquirem lotes de acordo com a necessidade, comprando principalmente de tradings, que têm colocado algodão no mercado doméstico. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, caiu 0,90% nesta quarta-feira (19/05), para R$ 5,15 por libra-peso. No mês, acumula queda de 0,39%. Nos últimos sete dias, os futuros registram recuo de 6,57%, enquanto o dólar tem leve alta, de 0,19%. A negociação está em ritmo fraco, mas o mercado de algodão tem liquidez na faixa de R$ 5,10 por libra-peso posto em fábrica da Região Sudeste por fibra 31.4, sem ICMS. Oferta nesses níveis vem de tradings. Não tem tanto volume, mas é o necessário para as indústrias irem sobrevivendo até o início da nova safra. A demanda de fábricas tem sido menor diante da incerteza sobre o consumo com a pandemia. Também em função de os preços estarem muito altos, as indústrias estão retraídas.

As vendas de produto final (fio e tecido) diminuíram, por isso elas frearam a compra de algodão. A disputa sobre preços permanece acirrada entre compradores e vendedores no mercado de algodão. Dessa forma, os fechamentos continuam envolvendo lotes de pequenos volumes para atender às necessidades imediatas e/ou para o cumprimento de contratos. Quanto aos preços, estão oscilando nos últimos dias, ora prevalecendo a posição firme de produtores, ora predominando os menores valores ofertados por indústrias para novas aquisições no spot. Os produtores têm ofertado poucos lotes no mercado e seguem firmes nos valores indicados, pois estão capitalizados e atentos ao desenvolvimento das lavouras da safra 2020/2021, especialmente no Cerrado. A preocupação com o clima seco continua em algumas regiões brasileiras, e agentes monitoram as previsões de chuva, principalmente em áreas de 2ª safra. Do lado comprador, parte das empresas segue utilizando a matéria-prima contratada e/ou de programações ainda a receber.

Para negociação antecipada da safra 2020/2021, que está no campo, há ofertas a R$ 4,74 por libra-peso, para embarques de setembro deste ano a março de 2022 posto na Região Sudeste, sem ICMS. Tradings estão querendo vender por esse valor, mas as indústrias não têm apetite para comprar, esperando que durante a safra o preço esteja mais baixo. As fábricas vislumbram originar lotes por volta de R$ 4,00 por libra-peso. Não têm sido reportados novos negócios para exportação, seja no disponível ou para a safra 2020/2021. No disponível, está valendo mais vender no mercado interno do que exportar. E para negociação futura o preço caiu muito. A cotação estava bem mais alta, então os produtores ainda não assimilaram os novos valores e já venderam muito. Agora, estão retraídos. Quem ainda quer vender está esperando para ver se o mercado se recupera. Os embarques do Brasil, contudo, seguem firmes, com 48,387 mil toneladas de algodão enviadas ao exterior nos primeiros 10 dias úteis. Em maio de 2020, o País exportou 69,553 mil toneladas.

Em relatório semanal, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) afirmou que o preço em Mato Grosso caiu 5,09% na semana passada, cotado a uma média de R$ 158,65 por arroba, acompanhando recuos recentes do dólar e dos futuros. O planejamento para a safra 2021/2022 de algodão em Mato Grosso já começou a ser feito e as compras de insumos tendem a se intensificar no próximo semestre. Contudo, o custo de produção vem aumentando desde dezembro de 2020 (primeira projeção do Imea). Em abril, o custo operacional efetivo (COE) alcançou a marca de R$ 12.805,84 por hectares, avanço de 3,33% no comparativo mensal. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em baixa nesta quarta-feira (19/05). O vencimento julho, o mais líquido, recuou 109 pontos (1,30%), para 82,92 centavos de dólar por libra-peso. O mercado foi pressionado pelo enfraquecimento do petróleo, que melhora a competitividade de fibras sintéticas e pode desestimular a demanda por algodão. A alta do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros, também pesou sobre os contratos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.